Bombardeamento atinge campo de refugiados em Gaza e faz dezenas de mortos
As equipas de resgate ainda estão a retirar várias vítimas dos escombros no campo de Jabalia. Imagens demonstram crateras enormes enquanto civis procuram pelos familiares entre os mortos.
© Fadi Alwhidi/Anadolu via Getty Images
Mundo Faixa de Gaza
Um forte bombardeamento israelita devastou esta terça-feira várias casas no campo de refugiados de Jabalia, uma zona no norte da Faixa de Gaza, com as autoridades locais a falarem de pelo menos 47 mortos, embora esse número seja provisório.
O ataque surgiu durante a tarde e atingiu uma zona residencial. O campo de refugiados de Jabalia tem sido uma das localizações mais atingidas pelos bombardeamentos israelitas, com a população a sentir enormes dificuldades humanitárias, tal como no resto da Faixa de Gaza.
O ministério da Saúde de Gaza, liderado pelo Hamas e cujos números são considerados fidedignos por várias organizações não-governamentais, avançou que "há mais de 50 mártires e cerca de 150 feridos, e dezenas debaixo dos destroços, num massacre horrendo israelita que atingiu várias casas".
Imagens divulgadas por alguns órgãos de comunicação no local, incluindo pela France-Presse e pela Al Jazeera, demonstram crateras enormes provocadas pelas bombas, com pessoas contornando as mesmas enquanto procuram por familiares, vivos ou mortos.
Pelo menos 47 corpos foram retirados. Alertamos que a violência de algumas das imagens pode ferir a suscetibilidade dos leitores mais sensíveis.
مشاهدة جديدة من #مجزرة_جباليا pic.twitter.com/ez84yKPSAe
— Yasser (@Yasser_Gaza) October 31, 2023
Oh dear, my birthplace Jabalia Refugee Camp is turned to ruins, and journalists are reporting hundreds killed. I have no clue who in my family is dead or alive. Some mercy!! #Gaza #StopGenocideInGaza pic.twitter.com/Og4gQL2oND
— Dr. Abusalama (@ShahdAbusalama) October 31, 2023
O ataque foi mais uma vez condenado por várias organizações e pelo governo palestiniano de Ramallah, na Cisjordânia. O Crescente Vermelho na Palestina, uma filiada da Cruz Vermelha, disse que a situação era "absolutamente horrível", alertando para a falta de capacidade do sistema de saúde em lidar com mais feridos.
"Estamos a assistir a um número crescente de mortos entre civis palestinianos em Gaza devido a ataques a edifícios residenciais, casas, ruas, bem como locais de culto e hospitais", disse um porta-voz da organização, Nebal Farsakh, à Al Jazeera.
Através da rede social Twitter, agora X, o ministério dos Negócios Estrangeiros da Organização pela Libertação da Palestina (OLP, o órgão que representa o estado palestiniano a partir da Autoridade Palestiniana, na Cisjordânia) classificou o ataque como um "massacre", condenando a "destruição de uma área residencial densamente povoada inteira".
"De acordo com os dados iniciais, parece que levou a 400 mártires e feridos, incluindo mulheres e crianças no campo. Isto é um massacre a concretizar-se à frente dos nossos olhos e ouvidos sob o pretexto da 'autodefesa'", comentou o ministério.
Foreign Affairs and Expatriates// Under the slogan "Self-Defense," the occupation commits a genocide in the Jabalia camp.
— State of Palestine - MFA ???????????????? (@pmofa) October 31, 2023
The Ministry of Foreign Affairs and Expatriates strongly condemns the recent massacre committed by the occupation against our people in the #Jabalia camp… pic.twitter.com/eZP9JYkmg9
É já o 25.º dia de ataques israelitas sobre a Faixa de Gaza. Nesta altura, o exército israelita continua a fazer incursões terrestres em várias frentes, com relatos de tanques israelitas e combates dentro do pequeno enclave palestiniano.
O bombardeamento contínuo de Israel surgiu depois de um ataque do Hamas, no dia 7 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos e mais de 200 reféns, que ainda se encontram em Gaza. O ataque, disse António Guterres, "não ocorreu do nada", dada a ocupação israelita de praticamente duas décadas sobre a Faixa de Gaza e de 75 anos dos territórios palestinianos, como a Cisjordânia, onde a política de colonatos ilegais se intensificou durante o atual governo ultranacionalista de Benjamin Netanyahu.
A resposta israelita tem sido muito contestada pelas maiores organizações não-governamentais do mundo, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Amnistia Internacional, a Human Rights Watch, a Jewish Voice for Peace, entre muitas outras, que pedem um cessar-fogo imediato e o aumento da ajuda humanitária que pode entrar em Gaza.
No total, já morreram mais de 8 mil palestinianos, com 70% dos mortos a serem crianças e mulheres. Israel, apoiada pelos Estados Unidos e pela União Europeia, continua a argumentar que a ofensiva é necessária para "eliminar o Hamas" e proteger o seu direito de autodefesa.
A Faixa de Gaza está ainda sem o seu habitual fornecimento de água, comida, combustível e bens essenciais, desde o dia 8, quando o governo israelita anunciou um "cerco total". A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem também alertado para a catástrofe humanitária em Gaza, já que a falta de água e de serviços essenciais está a gerir um aumento de doenças epidemiológicas, além das dificuldades que têm sufocado os hospitais que ainda funcionam.
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