"O Irão apoia, mas não tem nada a ver com a decisão da Resistência"

O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, anunciou hoje que cabe aos líderes de cada movimento da aliança contra Israel decidir se entram na guerra, e não ao Irão.

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Lusa
03/11/2023 14:09 ‧ 03/11/2023 por Lusa

Mundo

Hezbollah

Num discurso em Beirute ocidental perante milhares de apoiantes, Nasrallah disse que o ataque do Hamas ao território israelita, em 07 de outubro, foi "uma operação 100 por cento palestiniana".

"O Irão apoia, mas não tem nada a ver com a decisão da Resistência. A decisão é tomada pelos líderes da Resistência", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.

O Hezbollah é um dos principais membros do chamado Eixo da Resistência, uma aliança contra Israel liderada por Teerão.

Nasrallah disse que o Hamas escondeu a "grande e sagrada batalha" levada a cabo pelo Hamas em 07 de outubro "de outras fações e forças palestinianas da região.

"Trata-se de uma batalha puramente palestiniana que não está relacionada com nenhum outro fator regional e internacional", afirmou.

Segundo ele, o ataque do Hamas "provocou um terramoto militar, político, psicológico e de segurança em Israel".

Nasrallah reconheceu que o Hezbollah está envolvido em combates transfronteiriços com Israel e ameaçou que não se limitariam à escala registada até agora.

O líder xiita não anunciou, no entanto, que o Hezbollah esteja totalmente envolvido na guerra entre Israel e o Hamas.

"Estas operações na fronteira criaram um estado de ansiedade, pânico e medo na liderança inimiga e entre os americanos sobre a possibilidade de a linha da frente escalar e provocar uma guerra mais alargada", disse.

"Há uma possibilidade realista de isso acontecer e é algo que deve ser tido em conta pelo inimigo", advertiu.

Nasrallah acusou os Estados Unidos de serem "inteiramente responsáveis" pela guerra em Gaza e defendeu que Israel é "um mero instrumento".

Num discurso transmitido pela televisão, a autoridade máxima do Hezbollah disse que são "os Estados Unidos que impedem um cessar-fogo" e que também impedem que "o inimigo seja condenado internacionalmente", referindo-se a Israel.

"Os Estados Unidos devem ser responsabilizados pelos seus crimes", disse Nasrallah.

Para o líder xiita, os Estados Unidos "foram os principais responsáveis por todos os massacres do século passado e do século atual".

O clérigo xiita considerou também que as batalhas contra Israel merecem os sacrifícios que exigem e são moralmente justificadas.

"A batalha contra estes invasores e ocupantes sionistas é totalmente legítima do ponto de vista humanitário, moral e religioso".

Nasrallah disse que o "sofrimento do povo palestiniano" remonta a 75 anos, mas que as condições de vida se tornaram ainda mais duras com a chegada ao poder do governo "extremista e brutal" de Benjamin Netanyahu.

Segundo Nasrallah, a situação dos palestinianos estava a ser pressionada pela questão dos prisioneiros em Israel, por Jerusalém e a mesquita de Al Aqsa, pelo cerco a Gaza e pelas novas ameaças na Cisjordânia ocupada.

[Notícia atualizada às 14h58]

Leia Também: Líder do Hezbollah defende legitimidade de guerra contra israelitas

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