"O nosso encontro de hoje marca o reinício das reuniões anuais entre o primeiro-ministro chinês e o primeiro-ministro australiano", disse Li aos jornalistas.
O primeiro-ministro chinês, que manifestou o desejo de promover a compreensão mútua e a amizade entre as duas nações, apelou também aos jornalistas para que façam "reportagens objetivas e justas" sobre os dois países.
Pequim bloqueou a emissão de vistos para correspondentes de órgãos australianos durante mais de três anos.
Li Qiang congratulou-se com a importância da visita do seu "velho amigo" Albanese, com quem se encontrou quatro vezes no ano passado, e assinalou que as redes sociais chinesas seguiram de perto a viagem do primeiro-ministro australiano e os seus discursos, gerando uma reação positiva.
Albanese expressou a sua gratidão a Li e recordou que esta é a terceira vez que reúnem num curto espaço de tempo, referindo-se aos encontros anteriores em Jacarta e Nova Deli, à margem de cimeiras internacionais.
O líder australiano também prestou homenagem ao antigo primeiro-ministro Li Keqiang, falecido a 27 de outubro, e expressou condolências pela sua morte.
Albanese salientou ainda o 50.º aniversário da visita do antigo primeiro-ministro Gough Whitlam à China em 1973 e o seu significado histórico, sublinhando simultaneamente a necessidade de retomar o comércio sem entraves e de trabalhar em conjunto em desafios comuns como as alterações climáticas, a segurança alimentar e a criminalidade transnacional.
Por outro lado, assegurou que a Austrália vai-se manter firme na defesa dos seus interesses e valores, mas sublinhou a importância de gerir as diferenças de forma sensata.
O chefe do Governo australiano reuniu na segunda-feira com o Presidente chinês, Xi Jinping, num encontro que descreveu como "muito positivo" e no qual ambos concordaram em "melhorar a relação bilateral".
O país asiático é o principal parceiro comercial da Austrália. Mas os laços bilaterais deterioraram-se fortemente nos últimos anos.
Em 2018, o anterior governo australiano excluiu o grupo chinês das telecomunicações Huawei da rede 5G do país e, em 2020, apelou a uma investigação internacional sobre as origens da covid-19 - medida que Pequim considerou ter sido politicamente motivada. As relações foram também afetadas por disputas sobre a alegada influência chinesa na Austrália.
A China impôs, em retaliação, taxas alfandegárias punitivas sobre as principais exportações australianas, como a cevada, a carne de bovino e o vinho. Pequim também deixou de comprar grandes quantidades de matérias-primas à Austrália, incluindo carvão, privando o país de milhares de milhões de dólares em receitas.
No entanto, muitas das restrições comerciais foram gradualmente levantadas desde que os trabalhistas e Albanese regressaram ao poder em maio de 2022.
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