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ONU pede medidas para proteger os palestinianos na Cisjordânia

O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu hoje a Israel que tome medidas para "proteger os palestinianos" na Cisjordânia face ao aumento da violência na região devido ao conflito em Gaza.

ONU pede medidas para proteger os palestinianos na Cisjordânia
Notícias ao Minuto

12:31 - 10/11/23 por Lusa

Mundo Cisjordânia

O pedido surge um dia após 18 palestinianos terem sido mortos e pelo menos 20 ficarem feridos em novas operações do Exército israelita no campo de refugiados de Jenin e noutras partes da Cisjordânia, que as forças israelitas consideram ser campanhas "contra o terrorismo".

Türk, que lamentou que os palestinianos sejam "sujeitos diariamente à violência por parte das forças e colonos israelitas, maus-tratos e prisões, despejos, intimidação e humilhação", indicou que 2023 é o "ano mais mortal para os palestinianos na Cisjordânia, com cerca de 200 mortos antes mesmo de 7 de outubro".

"Temos feito estes avisos ao longo do ano passado. Desde o início de outubro, pelo menos mais 176 palestinianos, incluindo 43 crianças e uma mulher, foram assassinados, a maioria pelas forças de segurança israelitas e pelo menos oito deles pelas mãos de colonos", indicou Türk.

"Mais de 2 mil palestinianos foram presos e detidos em operações em toda a Cisjordânia e temos documentado casos perturbadores de maus-tratos aos detidos e às suas famílias", avisou o alto-comissário da ONU durante a sua visita à Jordânia, de acordo com um comunicado do OCHA.

"Houve também um aumento acentuado na violência dos colonos e na apropriação de terras em toda a Cisjordânia. Desde 7 de outubro, quase mil palestinianos de pelo menos 15 comunidades de pastores foram forçados a abandonar as suas casas. No contexto do ambiente coercivo em que vivem, o deslocamento destas comunidades pode equivaler à transferência forçada de uma população, o que constitui uma grave violação da Quarta Convenção de Genebra", sustentou.

Por essa razão, Turk pediu às autoridades que cumpram as suas obrigações "como potência ocupante", protejam a população palestiniana contra "a violência dos colonos e exijam responsabilidades daqueles que não cumprem estas ordens", acrescentando que "é dever de Israel garantir que todos os incidentes de violência sejam investigados rápida e eficazmente e que as vítimas recebam soluções eficazes".

A relatora especial da ONU para os Territórios Palestinianos, Francesca Albanese, descreveu a decisão de estabelecer pausas humanitárias de quatro horas como algo "cínico e cruel" para a população civil.

"Houve bombardeamentos contínuos, cerca de 6 mil bombas explodiram todas as semanas na Faixa de Gaza, neste pequeno pedaço de terra onde as pessoas estão presas e a destruição é enorme. Não haverá como voltar atrás depois do que Israel está a fazer", afirmou Albanese.

A relatora destacou ainda que "este é um cessar-fogo de quatro horas para que as pessoas possam respirar e recordar como era a vida sem bombardeamentos antes de começarem a atacar novamente", acrescentando que "isto é muito cínico e cruel".

A Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967, tem sido assolada por uma escalada de violência desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza. 

O ataque realizado em 7 de outubro contra o sul de Israel pelo Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, deixou quase 1.400 mortos e mais de 240 reféns. Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas bombardeando várias infraestruturas em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Leia Também: Israel. 165 palestinianos mortos na Cisjordânia desde ataque do Hamas

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