Palestina pede ajuda aos EUA para pôr fim a ataques de colonos

O Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano pediu uma "intervenção urgente e real" dos EUA para travar ataques de colonos contra palestinianos, que aumentaram nos últimos meses na Cisjordânia, sobretudo desde a ofensiva em Gaza.

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© JAAFAR ASHTIYEH/AFP via Getty Images

Lusa
13/11/2023 06:37 ‧ 13/11/2023 por Lusa

Mundo

Cisjordânia

"O fracasso da comunidade internacional em travar a guerra na Faixa de Gaza coincide com o fracasso internacional e dos EUA em travar os ataques das milícias de colonos e dos seus elementos terroristas contra os cidadãos da Cisjordânia", disse, em comunicado, a Autoridade Palestiniana, que aponta para uma "ausência real de pressão" sobre o Governo israelita.

Esta situação dá "carta branca" aos colonos para "imporem o controlo" na zona, acrescentou.

"Tendo em conta os processos em curso de anexação progressiva da Cisjordânia e de atribuição da maior área da Cisjordânia ao aumento dos colonatos, o Ministério apela à administração dos EUA para exercer uma verdadeira pressão sobre [o primeiro-ministro israelita Benjamin] Netanyahu, para o obrigar a parar os ataques, desmantelar as milícias de colonos, esgotar as fontes de financiamento e retirar-lhes a cobertura", afirmou.

Desde 07 de outubro, o exército israelita matou 172 palestinianos - incluindo cerca de 50 crianças -, sendo que oito palestinianos foram mortos às mãos de colonos israelitas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. O número representa 42% deste tipo de mortes ocorridas no território palestiniano este ano, onde foram registadas 417 mortes.

Cerca de 59% dos casos ocorreram em confrontos com as forças armadas israelitas em operações militares, principalmente nas províncias da Cisjordânia de Jenin e Tulkarem.

Já 27% das mortes ocorreram em manifestações de solidariedade com Gaza, 7% em ataques de colonos e os restantes 7% em alegados ataques a israelitas.

Além disso, 2.586 palestinianos, incluindo 267 crianças, foram feridos pelas forças israelitas e 74 por colonos.

Dezenas de famílias viram-se forçadas a abandonar a casa onde viviam, depois de grupos de colonos terem queimado as habitações, roubado partes das infraestruturas, barris de água ou cortado as canalizações.

As autoridades de Gaza afirmaram que os ataques israelitas mataram desde o ataque do Hamas a Israel, a 07 de outubro, mais de 11 mil pessoas, incluindo mais de 4.800 crianças.

Israel calcula que 1.200 pessoas morreram na sequência do ataque e que 240 seja o número de reféns israelitas do grupo islamita palestiniano, considerado terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Leia Também: Netanyahu admite possibilidade de acordo para libertar reféns em Gaza

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