Os especialistas detetaram pelo menos 590 sismos nas últimas horas, todos com uma magnitude inferior a 3 na escala de Richter, conforme noticiou a televisão pública islandesa. Um túnel de magma estende-se sob a cidade de Grindavík, e não é possível prever quando ou onde acabará por emergir.
A aparente redução da atividade sísmica na área também é um indicador de que o magma está a aproximar-se da superfície, relatou a agência de notícias Bloomberg. De acordo com modelos geofísicos, estima-se que a intrusão esteja a espalhar-se lentamente para cima e que o magma esteja 800 metros abaixo da superfície.
Supõe-se, no entanto, que haverá uma erupção, e todos os parâmetros concordam que ela atingirá níveis catastróficos.
A cidade de Grindavik, localizada no sudoeste da ilha no Oceano Atlântico Norte, onde vivem cerca de 3.600 pessoas, foi completamente evacuada e as autoridades da ilha também fecharam várias estradas na área para evitar riscos para a população.
Cracks appeared on roads near Grindavik in Iceland as authorities there prepare for a volcanic eruption after a series of earthquakes and evidence of magma spreading rapidly underground https://t.co/26kg1u4IIT pic.twitter.com/EeVkP2O2Br
— Reuters (@Reuters) November 13, 2023
O magma já apareceu nesta área várias vezes nos últimos dois anos, mas principalmente através de pequenas fissuras que não representavam ameaça. A última vez que uma grande erupção ameaçou uma área habitada foi em 1973, quando a lava soterrou parte de uma aldeia nas ilhas Westman.
As autoridades islandesas declararam situação de emergência, na sexta-feira, após uma série de sismos perto de Grindavik, e alertaram para uma possível erupção vulcânica, ordenando uma evacuação preventiva daquela cidade a 50 quilómetros da capital, Reiquiavique. Nos últimos dois dias foram registados mais de 2.000 sismos.
O Gabinete Meteorológico da Islândia, a Universidade da Islândia e o Departamento de Proteção Civil e Gestão de Emergências concluíram numa reunião, no sábado, com base nas mais recentes medições de sismicidade e deformação do solo na região de Grindavik e nos modelos geofísicos e avaliações de risco, que a intrusão contínua representa um grave perigo vulcânico.
A Islândia tem cerca de 30 sistemas vulcânicos ativos, o número mais elevado da Europa. Desde o final de outubro, já se verificaram cerca de 24.000 tremores de terra nesta península, segundo dados do Gabinete Meteorológico da Islândia (IMO).
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