Partido no poder na África do Sul quer fechar embaixada em Israel

O Congresso Nacional Africano (ANC), no poder na África do Sul, disse hoje que iria apoiar uma moção para encerrar a embaixada de Israel no país e suspender as relações diplomáticas até haver um cessar-fogo.

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© Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images

Lusa
16/11/2023 15:45 ‧ 16/11/2023 por Lusa

Mundo

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"Não podemos ficar de braços cruzados perante as ações genocidas do regime israelita", argumentou o porta-voz do ANC, Mahlengi Bhengu-Motsiri, em declarações citadas pela agência de notícias francesa, a France-Presse (AFP), nas quais afirmou que o ANC vai "aprovar uma moção parlamentar que apela ao Governo para fechar a embaixada israelita na África do Sul".

O projeto, em análise hoje entre os deputados, não tem caráter vinculativo e terá de ser aprovado pelo Governo antes de ser implementado, e surge no dia seguinte à apresentação de um pedido ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para que investigue se foram cometidos crimes de guerra por Israel na resposta ao ataque do Hamas, no início de outubro.

"Está em curso um crime de guerra", declarou o chefe de Estado sul-africano durante uma visita ao Qatar, referindo-se ao recente alegado ataque israelita contra o hospital palestiniano Al-Shifa.

"É necessário que o mundo inteiro se levante e apele ao Governo israelita para um cessar-fogo, para parar o que está a acontecer, e queremos que o TPI investigue e que sejam tomadas medidas legais a nível global", afirmou Ramaphosa, de visita ao Qatar, citado pela imprensa sul-africana.

Nesse sentido, o Presidente Ramaphosa, que iniciou na quarta-feira a sua primeira visita oficial a Doha, referiu que a África do Sul procura um consenso global para que o TPI investigue a "conduta" de Israel no enclave palestiniano de Gaza.

"O nosso compromisso com a luta dos palestinianos é irrevogável e irá além da política, será muito prático", adiantou o Presidente sul-africano, indicando que Pretória tenciona enviar ajuda humanitária para os palestinianos, em Gaza.

Em Doha, Ramaphosa procura reforçar as relações económicas e de investimento com o Qatar, nomeadamente nas áreas do comércio, indústria, agricultura, defesa e energia, segundo uma nota da Presidência da República sul-africana.

A África do Sul é um investidor significativo no Qatar, particularmente no setor petroquímico através da sul-africana SASOL com um investimento total de aproximadamente 8,7 mil milhões de dólares (cerca de oito mil milhões de euros), adiantou.

Em 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 41.º dia e continua a ameaçar estender-se a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.320 mortos, na maioria civis, 28.200 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.

Leia Também: ONU recusa participar em criação unilateral de "zonas seguras" em Gaza

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