"Temos de compreender que a situação no campo de batalha é difícil. A Rússia não está a planear a paz, mas sim mais guerra", afirmou Stoltenberg numa conferência de imprensa após um encontro com o Presidente da Letónia, Edgars Rinkevics, em Bruxelas.
Stoltenberg afirmou que a Rússia tentou lançar operações ofensivas em torno de cidades ucranianas, como Avdiivka, e reconheceu que "o facto é que a situação no campo de batalha é mais difícil" do que a Aliança Atlântica esperava.
"[Este] não é um argumento contra o apoio, é um argumento a favor de mais apoio à Ucrânia porque, mais uma vez, não podemos permitir que o Presidente [russo ] Vladimir Putin ganhe", sublinhou o secretário-geral da Aliança.
Ao mesmo tempo, destacou que os ucranianos "já obtiveram grandes vitórias", salientando, sobre o início da guerra: "A maioria dos especialistas acreditava, e nós também receávamos, que a Ucrânia entraria em colapso numa questão de dias e que a Rússia controlaria Kyiv numa questão de semanas".
A realidade é que aconteceu o contrário e os ucranianos conseguiram fazer recuar as forças russas a norte, a leste e a sul, tendo libertado metade do território, apontou.
O secretário-geral da NATO afirmou que é "uma grande vitória para a Ucrânia" o facto de ter "libertado tanto território" e de ter sido capaz de "infligir pesadas perdas aos invasores russos".
"E é uma grande vitória para a Ucrânia o facto de ter prevalecido como uma nação soberana independente na Europa. A Rússia perdeu muito. A Ucrânia é uma derrota estratégica para o Presidente Putin [russo]. Ele não conseguiu o que queria", sublinhou.
A derrota da Ucrânia seria "uma tragédia para os ucranianos", mas também "perigosa para nós", advertiu.
"A mensagem seria que quando os líderes autoritários usam a força militar, quando violam o direito internacional, quando invadem outro país, conseguem o que querem, e isso torna o mundo mais perigoso e a nós mais vulneráveis", afirmou.
De acordo com Stoltenberg, "é do interesse da segurança nacional de todos os aliados da NATO, incluindo os Estados Unidos, impedir que isso aconteça", e mostrou-se confiante de que os EUA continuarão a prestar assistência à Ucrânia.
O secretário-geral afirmou que a NATO está a "acompanhar de perto" a situação na fronteira da Finlândia com a Rússia, referindo-se ao elevado número de refugiados e requerentes de asilo detetados.
"A Aliança está alerta. É claro que os primeiros a responder, as autoridades finlandesas, são responsáveis pela gestão da situação na fronteira, mas precisamos de trocar informações, precisamos de ter o melhor entendimento comum possível da situação e, em seguida, tomar as medidas necessárias, se necessário, seja como NATO ou como aliados da NATO ou noutros formatos", disse.
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