Esta quinta-feira a organização Save the Children já tinha anunciado que pelo menos 111 pessoas, incluindo 16 crianças, morreram e 700.000 foram deslocadas devido às inundações causadas nas últimas semanas por chuvas torrenciais no Corno de África.
O número de vítimas mortais está a aumentar, devido a inundações com uma dimensão que, segundo os registos disponíveis, ocorrem apenas uma vez a cada 100 anos naquela região.
Na Somália, a Agência Nacional de Gestão de Desastres disse hoje que 51 pessoas morreram em todo o país e meio milhão está deslocado desde o início das chuvas, em outubro.
Os serviços de emergência admitem que o número de mortes possa aumentar, uma vez que há muitas pessoas desaparecidas.
O grupo humanitário Save the Children disse que a cidade de Beledweyne, no centro da Somália, ficou completamente submersa depois de o rio Shabelle ter transbordado as suas margens, forçando cerca de 250 mil pessoas, ou 90% da população, a abandonarem as suas casas.
No vizinho Quénia, a Cruz Vermelha informou que centenas de casas foram destruídas na costa e no norte do Quénia, causando a morte de mais de 50 pessoas e forçando pelo menos 30 mil pessoas a abandonarem as suas casas.
As regiões mais afetadas são Wajir, Tana River, e Mandera, esta ultima, 20 vezes maior que a grande Londres e que faz fronteira com a Somália, uma das áreas mais pobres do Quénia.
As autoridades na Etiópia afirmaram que o número de mortes confirmadas no país devido às inundações até de 30, após "chuvas implacáveis" em algumas regiões.
Os cientistas dizem que as alterações climáticas pioraram os fenómenos extremos - do calor à seca e às inundações - em todo o mundo, incluindo no Corno de África, onde há apenas alguns meses, partes da Etiópia, Quénia, Somália e Sudão do Sul viveram o pior seca de há 40 anos.
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