Em comunicado, o exército de Israel explica que o túnel descoberto tem 55 metros de comprimentos e 10 metros de profundidade, por baixo do maior complexo hospitalar da Faixa de Gaza, e que o acesso foi encontrado debaixo de um alçapão "próximo de um veículo que continha inúmeras armas".
Há muito que Israel alega que o Hamas mantém um vasto posto de comando dentro e debaixo do hospital Al Shifa, embora o movimento islamita e o pessoal do hospital neguem as alegações.
O hospital é considerado um alvo-chave para Israel pôr fim ao domínio dos militantes em Gaza, na sequência do amplo ataque ao sul de Israel, há seis semanas, que desencadeou a guerra.
O exército israelita afirma que os soldados descobriram o túnel, com base em informações dos serviços secretos da Defesa e da agência de segurança interna, e que continua à procura da rota completa do caminho subterrâneo.
"A organização terrorista Hamas utiliza este tipo de entrada para impedir que as forças israelitas acedam aos centros de comando e às vias subterrâneas pertencentes ao Hamas", referiu o exército, que invadiu o complexo hospitalar na quarta-feira passada.
OPERATIONAL UPDATE: IDF and ISA forces revealed a significant 55-meter-long terrorist tunnel, 10 meters underneath the Shifa Hospital complex during an intelligence-based operation.
— Israel Defense Forces (@IDF) November 19, 2023
The tunnel entrance contains various defense mechanisms, such as a blast-proof door and a firing… pic.twitter.com/tU4J6BD4ZG
O hospital continua cercado por tanques israelitas e há soldados no seu interior, disse hoje à Agência France-Presse Marwan Abou Saada, chefe do departamento de cirurgia.
Enquanto prosseguem os ataques israelitas, o diretor-geral dos hospitais do território palestiniano disse hoje que 31 bebés prematuros foram retirados do Al Shifa e transferidos para o Egito.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os doentes, o pessoal médico e as 2.500 pessoas deslocadas que se tinham refugiado no hospital abandonaram-no no sábado, após terem recebido ordens do exército israelita.
Nos últimos dias, no âmbito da atividade operacional conjunta da FDI e da ISA, mais de 100 terroristas do Hamas foram presos e transferidos para interrogatórios em Israel; Entre os suspeitos detidos, três terroristas de Nukhba que participaram do Massacre de 7 de Outubro
Num outro comunicado hoje divulgado, o exército israelita diz ter realizado dezenas de interrogatórios em diferentes áreas de Gaza e prendido "mais de 100 terroristas para serem interrogados em Israel".
A mesma fonte reivindica a detenção de "terroristas da Nukhba", uma força de elite do braço militar do Hamas, e ainda operadores responsáveis pelo disparo de foguetes contra Israel, explosivos, "que revelaram as localizações de túneis subterrâneos, incluindo armazenamento e armas".
Os detidos "revelaram os métodos operacionais utilizados pela organização terrorista, bem como detalhes relativos à escavação de túneis e ao processo de recrutamento" da organização, responsável pelos ataques contra Israel a 07 de outubro, que levaram o país a declarar guerra ao Hamas e invadir a Faixa de Gaza após prolongados bombardeamentos que fizeram milhares de vítimas.
Leia Também: Ministra israelita defende "realojamento" de palestinianos noutros países