Durante uma conversa telefónica, os dois chefes de Estado abordaram o conflito em curso no Médio Oriente, entre Israel e o movimento islamita Hamas, e concordaram com a "solução fundamental de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano", segundo relatou a televisão estatal chinesa CCTV.
O telefonema entre Macron e Xi surge no mesmo dia em que os ministros árabes e muçulmanos apelaram, em Pequim, a um cessar-fogo imediato em Gaza.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, recebeu hoje o seu homólogo palestiniano, Riyad al-Maliki.
Xi Jinping sublinhou que, desde a visita de Macron à China, em abril passado, os "intercâmbios e o diálogo a todos os níveis" entre Pequim e Paris "foram retomados" e a "cooperação em vários domínios avançou", noticiou ainda a CCTV.
Durante a conversa, o líder chinês apelou ainda a Paris para "proporcionar um ambiente de negócios justo e não discriminatório para as empresas chinesas" que investem em França.
Xi expressou a sua esperança de que a França "desempenhe um papel construtivo na promoção do desenvolvimento positivo das relações entre China e União Europeia (UE)", um bloco com o qual as autoridades chinesas estão envolvidas em intensas disputas comerciais há vários meses.
O Presidente chinês destacou ainda que China e França "têm uma boa cooperação no domínio da luta contra as alterações climáticas" e sublinhou que o quadro do Acordo de Paris (tratado internacional para controlo das alterações climáticas, adotado em 2015) deve ser salvaguardado, nomeadamente o "princípio das responsabilidades comuns mas diferenciadas".
Macron salientou, por sua vez, que "é de grande importância que França e China mantenham a comunicação e a cooperação estratégicas".
Ainda segundo a imprensa estatal chinesa, o chefe de Estado francês manifestou a sua vontade de "promover um maior desenvolvimento da parceria estratégica global" entre a UE e a China num "espírito de respeito e cooperação".
O líder francês visitou a China em abril passado, acompanhado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e por uma delegação de representantes de empresas francesas como a Airbus, a EDF, a Alstom e a Veolia.
Na altura, e durante o seu encontro com Xi em Pequim, Macron disse ao homólogo chinês que sabia que podia contar com o seu apoio "para fazer a Rússia ver a razão" e "trazer todas as partes para a mesa das negociações", numa referência ao conflito na Ucrânia, em relação ao qual a China tem mantido uma posição ambígua.
Em maio passado, durante outra conversa telefónica, Xi instou Macron a promover uma "perceção correta" da China junto da UE e a evitar confrontos entre blocos.
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