Em comunicado publicado na tarde de quinta-feira, o Conselho de Transição do Haiti nomeou o ministro da Justiça, Patrick Pelissier, como ministro interino da Saúde até que seja encontrado um substituto para o ministro agora afastado, Duckenson Lorthe.
Na terça-feira, dois jornalistas e um agente da polícia foram mortos quando membros de um gangue invadiram o Hospital Geral (Hospital da Universidade do Estado do Haiti -- HUEH) e dispararam indiscriminadamente contra os repórteres que se encontravam no local para cobrir a reabertura das instalações. Foi um dos piores ataques aos meios de comunicação haitianos de que há memória recente. Sete outros jornalistas ficaram feridos.
Jean Feguens Regala, um fotógrafo que sobreviveu ao ataque, disse que os jornalistas tinham sido convidados para o hospital pelo Ministério da Saúde, mas que havia pouca segurança no local.
"O facto de o ministro da Saúde nos ter convidado, dá a sensação de que os preparativos já tinham sido feitos", disse Jean Regala à agência de notícias Associated Press. "Quando entrámos em contacto com uma unidade policial, a polícia disse-nos que não tinha conhecimento do evento."
O ministro da Saúde não compareceu ao evento, por razões que não foram explicadas.
Pouco depois do ataque, Johnson "Izo" André - considerado o líder de gangue mais poderoso do Haiti e parte da coligação de gangues Viv Ansanm (Viver Juntos), que assumiu o controlo de grande parte de Porto Príncipe - publicou um vídeo nas redes sociais reivindicando a responsabilidade pelo ataque.
No vídeo dizia-se que a coligação de gangues não tinha autorizado a reabertura do hospital.
A violência dos gangues piorou no Haiti, com ataques coordenados de gangues a prisões, delegacias de polícia e ao principal aeroporto internacional, paralisando a capital do país e mergulhando o Haiti numa crise sem precedentes.
Acredita-se que os gangues controlem 85% de Porto Príncipe.
O país das Caraíbas tem lutado para organizar eleições que restabeleçam o regime democrático e é atualmente governado por um conselho de transição composto por representantes de partidos políticos, grupos empresariais e organizações da sociedade civil.
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