"A trégua na Faixa de Gaza começará às 10h00 de amanhã [quinta-feira]", declarou Musa Abou Marzouk, membro sénior da ala política do Hamas, à cadeia de televisão Al Jazeera do Qatar.
Marzouk adiantou que o Hamas "está preparado para um cessar-fogo global e para uma troca de prisioneiros", antes de indicar que "a maior parte" dos reféns feitos durante os ataques de 07 de outubro a libertar "são estrangeiros", sem dar mais pormenores.
Ao mesmo tempo, a cadeia estatal de televisão egípcia Qahera TV, confirmou as palavras de Marzouk, lembrando que o Egito ajudar a mediar a trégua, que facilitará a libertação de dezenas de reféns capturados pelo Hamas no sul de Israel.
O acordo inclui a libertação de 50 mulheres e crianças civis mantidas como reféns em Gaza em troca da libertação de um número não especificado de "mulheres e crianças palestinianas detidas nas prisões israelitas" e uma pausa de quatro dias, que pode vir a ser prolongada, anunciou hoje o governo do Qatar.
A trégua vai "permitir a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza, incluindo combustível destinado necessidades humanitárias", segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar.
De acordo com os meios de comunicação israelitas, o Hamas vai transferir os reféns para o Egito através da passagem terrestre de Rafah, em grupos de cerca de dez (por dia), e, a partir daí, vão ser transferidos para Israel.
PUBLICIDADE
A trégua foi já saudada por países de todo o mundo, entre oriente e ocidente, passando pelos árabes, bem como pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), pelo Vaticano e até pelo Presidente israelita, Isaac Herzog.
O acordo sobre a libertação de reféns do Hamas foi saudado pelas Nações Unidas, União Europeia (UE), China, Reino Unido, França, Alemanha, Estados Unidos, Rússia, Turquia, Jordânia e Egito.
No entanto, no terreno, o Exército israelita prosseguiu hoje os ataques em Gaza, no 47.º dia de guerra.
"As tropas israelitas continuam a operar na Faixa de Gaza para matar terroristas, destruir infraestruturas terroristas e localizar armas armazenadas dentro de edifícios civis", afirmou um porta-voz militar.
O Hamas, que governa Gaza, é considerado um movimento terrorista por Israel, Estados Unidos e pela União Europeia (UE).
Os meios de comunicação palestinianos, como a agência noticiosa oficial palestiniana Wafa, noticiaram que dezenas de habitantes de Gaza foram mortos nas últimas horas em alegados atentados bombistas em várias partes do território, sem adiantar pormenores.
Segundo o Exército de Israel, a aviação atacou combatentes do Hamas que disparavam projéteis ao início da manhã.
"As tropas terrestres efetuaram ataques direcionados" a um bairro da cidade de Jabalia, no norte, e durante a operação, membros do Hamas "foram identificados na zona e eliminados".
Além disso, acrescentaram, hoje de manhã, "as tropas neutralizaram um túnel" de onde saiu um elemento do Hamas, que foi morto depois de disparar contra os soldados, indicou o Exército de Israel.
As tropas "identificaram terroristas e localizaram armas numa estrutura utilizada" pelo Hamas, acrescentou, após o que mataram milicianos (membros do Hamas) que se encontravam no local "e destruíram o posto".
"Durante o último dia, como parte da assistência às tropas terrestres", as forças navais israelitas atacaram vários alvos do Hamas, "incluindo uma estrutura a partir da qual eram disparados tiros de franco atiradores contra os soldados, bem como vários postos militares ao longo da costa", acrescentou o Exército.
Nos últimos dias, as tropas israelitas também estiveram ativas em Beit Hanoun, no norte, onde realizaram "rusgas direcionadas" e "localizaram numerosas armas, espingardas Ak-47, machados e munições armazenadas no interior de uma residência civil".
[Notícia atualizada às 12h16]
Leia Também: Forças de Defesa israelitas mantêm combates contra o Hamas em Gaza