"A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia é um insulto" aos valores da OSCE, disse Osmani, que também é o presidente em exercício da organização, na abertura do conselho anual da organização europeia.
Esta guerra "mina a confiança, o diálogo e a nossa capacidade de agir", acrescentou o ministro da Macedónia do Norte na sua intervenção, perante o seu homólogo russo, Serguei Lavrov, cuja participação no evento levou a Ucrânia, a Polónia e os Estados Bálticos a boicotar a reunião.
Lavrov chegou pouco depois das 10:00, no horário local (09:00 em Lisboa) e deverá, assim como os demais representantes, falar durante a manhã.
Os seus homólogos estónio, letão e lituano decidiram boicotar a cimeira, acreditando que a presença de Lavrov pode levar "ao risco de legitimar o agressor que é a Rússia como membro de pleno direito da nossa comunidade de nações livres".
"O lugar de Lavrov é num tribunal especial, não na mesa da OSCE", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Margus Tsahkna.
Kiev também está a boicotar a reunião, criticando a participação no evento de "um Estado que desencadeou a maior agressão armada na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial".
A Polónia, que em 2022 se recusou a permitir que o ministro russo participasse na reunião da OSCE que organizava, descreveu a presença de Lavrov em Skopje como "inaceitável".
Serguei Lavrov chegou à Macedónia do Norte durante a madrugada, "apesar das intrigas dos inimigos", escreveu a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, na rede social Telegram.
A Bulgária tinha primeiro autorizado Lavrov - alvo de sanções ocidentais pelo conflito na Ucrânia - a sobrevoar o seu espaço aéreo, mas depois revogou esta autorização devido à presença no seu avião de Zakharova, também sancionada pelo país e proibida de entrar na União Europeia.
Foi, portanto, passando pela Grécia que o avião de Lavrov finalmente chegou à Macedónia do Norte, segundo as agências de notícias russas e o website FlightRadar.
A Organização, criada em 1975 como fórum de diálogo entre o Oriente e o Ocidente, atravessa a crise mais grave da sua história desde a invasão russa da Ucrânia.
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