Um homem ficou internado durante um mês e meio na sequência de um vaporizador – usado em substituição de cigarros eletrónicos tradicionais.
Ao g1, Arnaldo Machado explicou que teve um pulmão em “colapso” e que conseguia puxar ar pelo nariz, sem conseguir respirar. O farmacêutico contou ainda que sentia cansaço até a fazer as atividades mais simples do dia a dia, e que esteve entre a vida e a morte enquanto esteve hospitalizado.
O aparelho é proibido no país, mas é bastante utilizado – e, na sexta-feira, discute-se se a norma que regulamenta a proibição deve ou não ser revertida.
"Eu tive um colapso, meu pulmão parou e aí eu passei a jornada mais cruel da minha vida por conta de um aparelho que hoje eu vejo milhares de pessoas fazendo o uso. Esse aparelho mata, esse aparelho tira vida, não deveria nem estar sendo discutida a possibilidade de ele ser legalizado", referiu à publicação brasileira o homem, de 47 anos.
Qual foi a experiência de Arnaldo?
Ao g1, o paciente explicou que tinha uma rotina saudável e que rapidamente a saúde começou a deteriorar, devido ao ‘vaping’.
“Fumar cigarro eletrónico custou sete meses da minha vida. Hoje, digo que o cigarro eletrónico é uma máquina de matar e vai, além disso, colocar nosso sistema de saúde sob pressão se continuar [nesse ritmo]”, reforçou.
O homem explicou que não fumava antes de começar a utilizar o vaporizador, mas que isso mudou quando lhe ofereceram o instrumento.
“Tinha um sabor de menta gostoso, suave, que até parecia inofensivo. Não tinha nada a ver com cigarro comum. Passei a usá-lo socialmente. Depois, dava umas duas tragadas por dia. Fiz isso por nove meses até ver a minha vida mudar completamente”, relembra.
Um dia, Arnaldo tentou fumar e não conseguiu, sentindo uma enorme dor no peito. No fim do dia tentou de novo, e acabou por ter febre e ter de se dirigir ao médico.
“Quando vi a imagem do meu pulmão na radiografia, eu não acreditei. Estava completamente comprometido. Dois dias depois, já não conseguia respirar. Parecia que eu estava morrendo”, contou.
Arnaldo teve mesmo de fazer uma traqueostomia – um pequeno orifício na garganta – enquanto os médicos tentavam salvar-lhe a vida.
Até chegarem à conclusão de que o seu cansaço e outros problemas vinham do uso do vaporizador – tendo sido investigado se seria Covid-19, tuberculose ou pneumonia.
"O problema é que o cigarro eletrónico ele forma um vapor, aquele vapor ele forma um óleo, esse óleo atinge os alvéolos pulmonares, forma uma espécie de uma graxa e impede a troca gasosa de oxigênio com CO2 e teu pulmão entra num colapso. E foi exatamente o que aconteceu comigo", conta Arnaldo Machado, farmacêutico diagnosticado com Evali - doença associada ao uso destes cigarros.
A publicação brasileira aponta ainda que, de acordo com a Associação Médica Brasileira, o vaporizador tem um maior índice de nicotina, o que pode equivaler a fumar 20 cigarros convencionais.
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