Uma dupla de professoras espanholas entregou, no Congresso espanhol, duas propostas com mais de 63 mil assinaturas que prevêem a proibição, por lei, do uso de telemóveis por crianças menores de 14 anos, ou de 16 anos, dependendo da proposta.
"Sou mãe de dois filhos, um de 8 anos e outro de 11. O mais velho tem colegas de escola que já têm telemóvel e muitas vezes pergunta-me quando pode ter um”, explica Natalia Jiménez, citada pela Cadena SER, referindo que, como professora do ensino secundário, observa diariamente "a dependência que os adolescentes desenvolvem em relação aos dispositivos eletrónicos", que "tem um impacto significativo na sua concentração e atenção".
Natalia Jiménez pede a aprovação de uma lei que proíba o uso de telemóveis antes dos 16 anos, de forma a "ajudar a prevenir problemas relacionados com a saúde física e mental" na infância e adolescência.
Já Ángela Sánchez-Pérez, também ela docente de profissão, entregou uma proposta semelhante, mas mais restritiva: o uso de telemóvel deverá ser legislado para pessoas com menos de 14 anos. "Défice de atenção e sonolência durante o horário escolar" são as principais queixas, argumentando: "Esperamos que nos ouçam, porque aumentamos a conscientização e estamos num momento em que isto deve ser interrompido."
Na passada sexta-feira, a ministra da Educação, Pilar Alegría, rejeitou proibir o uso de telemóveis por adolescentes, considerando que seria como "colocar portas ao campo".
Em resposta, Sánchez-Pérez ironizou: "Não se podem colocar portas ao campo, mas se o campo tem precipícios, é preciso pensar nisso."
Referia-se a docente a questões como o cyberbullying, suicídio, depressão, insómnia e défice de atenção na sala de aula.
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