Desde meados de novembro, mais de mil membros desta minoria muçulmana perseguida em Myanmar (antiga Birmânia), país predominantemente budista, fugiram dos campos onde estavam no Bangladesh, por mar, em direção à província indonésia de Aceh.
Trata-se do maior movimento migratório de rohingya para a Indonésia desde 2015, segundo a agência da ONU para os refugiados, ACNUR.
"Quando cheguei, os refugiados rohingya já estavam na praia", disse à agência France-Presse (AFP) Dofa Fadhli, chefe da aldeia de Ie Meulee, na ilha de Sabang, região de Aceh.
"Os rohingya, 139 no total, incluindo crianças e mulheres", desembarcaram durante a noite, às 02:30 locais (19:30 de sexta-feira em Lisboa), acrescentou.
Milhares de rohingya arriscam a vida todos os anos em viagens marítimas perigosas e dispendiosas, em barcos muitas vezes em mau estado, na tentativa de chegar à Indonésia ou à Malásia.
"Nós, os residentes de Ie Meulee, opomo-nos veementemente à chegada dos refugiados rohingya", afirmou Fadhli.
"Se não forem tomadas medidas até esta tarde, então levaremos os refugiados de volta para o barco", acrescentou.
Faisal Rahman, que trabalha com o ACNUR, confirmou a chegada de mais de uma centena de novos refugiados, dizendo que a agência internacional iria "gerir a situação com as autoridades locais".
De acordo com imagens captadas pela AFP, os refugiados estão agrupados na praia, vigiados por agentes da polícia.
Mais de 3.500 rohingya terão tentado fazer a arriscada viagem para outros países do Sudeste Asiático em 2022, segundo o ACNUR. Cerca de 350 morreram no mar durante a travessia ou estão desaparecidos, de acordo com a mesma fonte.
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