"E devem ser tratados como tal, particularmente na COP28, uma conferência dedicada à promoção da ação climática que se realiza num país que é esmagadoramente dependente de trabalhadores migrantes", lê-se num comunicado da HRW.
Na nota, a organização não-governamental defendeu que os trabalhadores migrantes nos EAU enfrentam "múltiplos danos diretamente relacionados com o agravamento da crise climática".
"Os trabalhadores ao ar livre nos Emirados Árabes Unidos estão desproporcionadamente expostos ao calor extremo, que está ligado a danos crónicos para a saúde, sem proteção e compensação adequadas", alerta a organização de defesa dos direitos humanos.
Os abusos laborais que enfrentam, continuou a HRW, "como o roubo de salários, limitam a capacidade de enviar apoio financeiro para casa, mesmo quando as famílias enfrentam catástrofes relacionadas com o clima".
A organização recordou que o país anfitrião "tem sido associado a uma série de abusos laborais, incluindo roubo de salários, taxas de recrutamento e exposição a calor extremo".
Apelou, por isso, aos participantes na cimeira para "prestarem atenção redobrada aos abusos generalizados" que os trabalhadores enfrentam "no âmbito do abusivo sistema de 'kafala' [patrocínio] do país".
Trata-se de um sistema para monitorizar os trabalhadores migrantes e que exige que estes tenham um patrocinador.
Leia Também: HRW alerta para "vigilância intrusiva" sobre participantes na COP28