França admite "clara falha psiquiátrica" de suspeito de ataque de Paris

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, admitiu hoje que houve uma falha "óbvia" no acompanhamento psiquiátrico do alegado autor do ataque com um faca próximo da Torre Eiffel, em Paris, no sábado.

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Lusa
04/12/2023 09:04 ‧ 04/12/2023 por Lusa

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França

No ataque, um turista com dupla nacionalidade, alemã e filipina, foi morto por esfaqueamento e duas pessoas ficaram feridas, atingidas a golpes de martelo.

"Houve claramente uma falha psiquiátrica, os médicos consideraram em diversas ocasiões que [o suspeito] estava melhor", disse Gérald Darmanin ao canal BFMTV.

Detido após o ataque, Armand Rajabpour-Miyandoab, um franco-iraniano de 26 anos, foi condenado por radicalização islâmica e sujeito a uma ordem de tratamento que envolveu rigoroso acompanhamento psiquiátrico.

O procurador antiterrorista de França, Jean-François Ricard, afirmou no domingo que Armand Rajabpour-Miyandoab jurou obediência ao grupo Estado Islâmico (EI) num vídeo que fez antes do ataque.

No vídeo, o suspeito fala em árabe e manifesta "o seu apoio aos 'jihadistas' que atuam em diferentes regiões", como Iraque, Síria ou Iémen.

"O vídeo foi publicado na sua conta na rede social X (antigo Twitter)", aberta no início de outubro e que incluía "numerosas publicações sobre o Hamas, Gaza e, de forma mais geral, a Palestina", segundo o magistrado.

Ricard explicou que o jovem se converteu ao Islão em 2015, sublinhando ainda que a mãe de Rajabpour-Miyandoab, uma exilada política iraniana, tinha manifestado às autoridades em outubro preocupação com a atitude do filho.

O procurador confirmou ainda que o suspeito, nascido em Neuilly-sur-Seine, nos arredores de Paris, teve no passado contacto através das redes sociais com o indivíduo que viria a matar em 2020 o professor Samuel Paty, o checheno Abdullakh Anzorov, abatido pela polícia depois de decapitar o docente.

Rajabpour-Miyandoab, que cumpriu quatro anos de prisão por planear um atentado em 2016 no bairro de negócios de La Defense, em Paris, beneficiou de "acompanhamento médico" até abril de 2023 devido a problemas mentais, acrescentou Ricard.

A partir de então, passou a ser vigiado pelos serviços secretos franceses devido ao seu perfil ligado ao radicalismo islâmico.

Leia Também: A obediência ao EI e o alerta da mãe. Quem é o atacante de Paris?

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