Nos últimos anos, o PAM reduziu o seu apoio na Síria e nos Estados vizinhos que acolhem milhões de sírios que fugiram da guerra que assola o país há 13 anos.
As agências humanitárias têm intensificado esforços para chamar a atenção do mundo de volta para a Síria, à medida que enfrentam o cansaço dos doadores e a redução dos orçamentos.
Em julho, o PAM divulgou que teve de cortar a assistência a quase metade dos 5,5 milhões de sírios que apoiava no país devido a restrições orçamentais, sendo que um mês depois, reduziu a ajuda em dinheiro aos refugiados sírios na Jordânia.
Em novembro, o PAM e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) declararam que, no próximo ano, terão de reduzir em um terço o número de refugiados sírios no Líbano que recebem ajuda em dinheiro.
Na sua última declaração, o PAM afirmou que as reduções ocorrem numa altura em que a insegurança alimentar é "pior do que nunca" e que milhões de pessoas serão afetadas.
Segundo o último relatório da agência, com data de setembro, 3,2 milhões de sírios beneficiaram dos seus programas.
O PAM disse que vai manter programas de ajuda mais pequenos, um programa de refeições escolares e iniciativas para reabilitar os sistemas de irrigação e as padarias da Síria.
Tal como outras grandes agências humanitárias, o PAM, após o início da revolta síria que se transformou em guerra civil em 2011, aumentou o apoio aos sírios deslocados no país e aos que fugiram para o Líbano, Turquia, Jordânia e Iraque.
A redução dos orçamentos para a Síria deve-se ao cansaço dos doadores a nível mundial, à pandemia de covid-19 e à guerra na Ucrânia, sendo que, entretanto, as necessidades aumentaram na Faixa de Gaza durante a guerra entre o Hamas e Israel.
Apesar dos combates na Síria terem diminuído, as perspetivas económicas são preocupantes em todo o país, seja no território controlado pelo Governo, no enclave do noroeste sob o domínio dos extremistas ligados à Al-Qaida e de rebeldes apoiados pela Turquia, seja no nordeste sob o domínio das forças lideradas pelos curdos e apoiadas pelos Estados Unidos.
A ONU estima que 90% da população da Síria vive na pobreza, onde o valor da moeda nacional disparou, enquanto o comércio ilegal de droga aumenta e os sírios desempregados tentam procurar oportunidades noutros locais.
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