Numa carta aberta dirigida à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a ONG instou a UE a exprimir "firme e inequivocamente" mensagens a Pequim no sentido do compromisso com os direitos humanos e encorajou as instituições comunitárias e os Governos dos Estados-membros a comprometerem-se com "medidas mais eficazes", que devem passar por considerar adotar "novas sanções específicas" e liderar um mecanismo de monitorização na ONU.
"[Deve ser claro também] que como uma das principais prioridades, a UE vai procurar responsabilidades por crimes contra a humanidade e outras graves violações dos direitos humanos", lê-se ainda na missiva publicada no site da organização, que atribui a Pequim crimes designadamente contra uigures e tibetanos, além de criticar a perseguição a defensores de direitos humanos e a "repressão" contra exilados de Hong Kong.
Na carta lê-se ainda a acusação de o Governo chinês estar, nas Nações Unidas, a "minar os mecanismos internacionais de direitos humanos ao reescrever normas, enquanto ajuda a proteger outros Governos de serem responsabilizados através do seu poder de veto" no Conselho de Segurança da ONU.
Notando que a UE tem "repetidamente manifestado fortes preocupações sobre os direitos humanos na China", a organização não deixou de manifestar deceção por a Europa "ter retomado recentemente o diálogo sobre direitos humanos com a China" e ter retirado sentido quanto à "vontade das autoridades chinesas em se comprometerem genuinamente".
Os presidentes do Conselho e da Comissão Europeia e o principal diplomata do bloco europeu, Josep Borrell, vão reunir-se nos dias 07 e 08 de dezembro, em Pequim, com as autoridades chinesas, retomando um encontro anual que foi suspenso durante a pandemia de covid-19.
Outros temas na agenda deverão ser as sanções contra a Rússia, uma solução para a guerra sob os termos da Ucrânia e fricções comerciais.
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