A fonte de segurança egípcia, que pediu para não ser identificada, indicou à agência EFE que, embora os mediadores estejam "a trabalhar muito seriamente e 24 horas por dia para aproximar os pontos de vista", não encontraram "qualquer resposta" de Israel e do grupo islamita palestiniano Hamas para restaurar a paz.
Da mesma forma, afirmou que tanto o Qatar como o Egito informaram os Estados Unidos sobre a situação e pediram que Washington pressionasse o Governo israelita "para responder aos negociadores e aprovar uma nova trégua".
Segundo a fonte, o Hamas também não mostra flexibilidade para libertar mais reféns e "não respondeu aos pedidos do Governo israelita para entregar o pessoal militar cativo", embora tenha observado que o movimento palestiniano afirmou que "não se submeterá aos ditames de Israel".
O Governo de Israel ordenou no domingo a retirada da delegação que enviou para o Qatar para negociar, através da mediação das autoridades deste país, do Egito e dos Estados Unidos, um acordo com o Hamas, considerando que o diálogo chegou a um impasse.
"Devido ao impasse nas negociações, e seguindo instruções do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, o líder dos serviços secretos israelitas Mossad, David Barnea, ordenou que a equipa de negociação em Doha regressasse a Israel", disse o chefe do gabinete do Governo em comunicado, divulgado em nome da agência de informação.
Israel e o Hamas romperam na manhã de sexta-feira uma trégua nos confrontos, que incluiu a libertação de 105 reféns raptados pelo grupo islamita (81 israelitas e 24 estrangeiros) em troca de 240 palestinianos detidos em prisões israelitas, todos mulheres e menores.
Ainda permanecem 122 reféns vivos em Gaza dos mais de 240 que o Hamas raptou durante o ataque de 07 de outubro contra Israel, segundo números do Governo israelita, que hoje confirmou a morte de 15 pessoas em cativeiro com base em dados dos serviços de informação recolhidos por tropas estacionadas na Faixa de Gaza.
A guerra em curso no Médio Oriente começou em 07 de outubro, após um ataque do braço armado do movimento islamita palestiniano Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de 'rockets' para Israel e a infiltração de cerca de 3.000 combatentes que mataram mais de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestraram outras 240 em aldeias israelitas próximas da Faixa de Gaza.
Em retaliação, as Forças de Defesa de Israel dirigiram uma implacável ofensiva por ar, terra e mar àquele enclave palestiniano, que enfrenta uma grave crise humanitária perante o colapso de hospitais e a ausência de abrigos, água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
As autoridades da Faixa de Gaza, controladas pelo movimento islamita palestiniano Hamas desde 2007, aumentaram hoje o número de mortos na ofensiva israelita para quase 15.900, enquanto mais de 250 palestinianos morreram às mãos das forças de Telavive ou em ataques levados a cabo por colonos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental desde 07 de outubro.
As partes cessaram as hostilidades durante uma semana no âmbito de uma trégua mediada por Qatar, Egito e Estados Unidos, mas os confrontos regressaram na sexta-feira passada após falta de entendimento para prorrogar o acordo.
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