"Temos um texto de partida em cima da mesa, mas é um 'monte' de desejos cheia de posturas", lamentou Stimon Stiell em conferência de imprensa.
"É imperativo separar o 'trigo do joio'. Se queremos salvar vidas e manter o objetivo de 1,5°C, os objetivos mais ambiciosos da COP devem permanecer no centro [do debate]", sublinhou.
"No final da próxima semana, a COP deve apresentar um 'comboio de alta velocidade' para acelerar a ação climática. Tudo o que temos hoje é uma velha locomotiva a andar sobre carris gastos", prosseguiu o secretário executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.
O organismo é central para o processo de negociação na COP28, presidida pelos Emirados Árabes Unidos.
"As ferramentas estão sobre a mesa. As tecnologias e as soluções existem. Esta é a altura para os governos e os negociadores as utilizarem", sublinhou.
A COP28, que começou na quinta-feira passada, arrancou com vários compromissos não vinculativos dos governos sobre os aspetos da transição energética, mas o verdadeiro objetivo da conferência é chegar a um texto legal e juridicamente vinculativo.
Hoje, véspera de um dia de pausa, o projeto de acordo sobre o qual os negociadores estão a discutir enumerou posições muito divergentes com "opções" em vários artigos, sem qualquer progresso no sentido de um compromisso.
A 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), que começou na quinta-feira, reúne os representantes de quase todos países do mundo no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, até 12 de dezembro, para debater estratégias de adaptação e mitigação, apoios financeiros, e fazer um balanço de oito anos de ação climática.
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