Apesar dos vários alertas de governos e organizações internacionais, a operação militar israelita continua a ocupar e a dizimar a Faixa de Gaza, e a situação humanitária tornou-se tão difícil para os palestinianos que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, invocou o artigo 99 da Carta das Nações Unidas para que o Conselho de Segurança discuta a morte de milhares de pessoas na região.
A missão diplomática israelita não gostou da decisão e, no mais recente ataque contra Guterres e contra diplomatas que peçam o fim da morte indiscriminada de civis, acusou o português de "preconceito" contra Israel - apesar do secretário-geral da ONU ter sistematicamente condenado o Hamas, não deixando de apontar para os anos de ocupação e opressão sobre os palestinianos. A decisão de Guterres foi apoiada pela União Europeia.
Enquanto a ONU tenta discutir um cessar-fogo, com as reclamações de Telavive no fundo, a população de Gaza continua a ser morta às centenas por dia. O exército israelita está já no centro de Khan Younis - a maior cidade do sul do enclave e para onde Israel ordenou que os civis se abrigassem, bombardeando a cidade logo a seguir - e está a lutar porta a porta com o Hamas. Surgiram relatos discordantes sobre uma suposta operação para deter Yahya Sinwar, o líder do Hamas em Gaza, mas esta manhã, o governo israelita garantiu que estava mais próximo de encontrar o militante.