"Reiterei o apelo para ser declarado um cessar-fogo. Não vou desistir"

O secretário-geral da ONU lamentou hoje a paralisia das Nações Unidas diante da guerra entre o grupo islamita Hamas e pelo facto de o Conselho de Segurança não ter votado a favor de um cessar-fogo em Gaza.

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Lusa
10/12/2023 09:45 ‧ 10/12/2023 por Lusa

Mundo

Guterres

Num discurso realizado no Fórum de Doha, no Qatar, António Guterres disse que o Conselho de Segurança está "paralisado pelas divisões geoestratégicas", que comprometem a sua capacidade de encontrar soluções para a guerra na Faixa de Gaza.

"A autoridade e a credibilidade do Conselho de Segurança foram seriamente comprometidas" pela sua resposta tardia ao conflito, um dano à sua reputação que foi agravado pelo veto dos Estados Unidos, na sexta-feira, a uma resolução que apelava para um cessar-fogo em Gaza, segundo Guterres.

O projeto de resolução foi preparado após a invocação sem precedentes por Guterres do artigo 99 da Carta das Nações Unidas, que permite ao secretário-geral da ONU chamar a atenção do Conselho de Segurança para uma questão que "pode colocar em perigo a manutenção da paz e segurança internacionais".

"Reiterei o meu apelo para ser declarado um cessar-fogo humanitário (...) infelizmente, o Conselho de Segurança não o fez. Posso prometer que não vou desistir", lamentou Guterres.

Os Estados Unidos, aliados de Israel, reiteraram na sexta-feira a sua posição contrária a um cessar-fogo.

"Corremos sério risco de colapso do sistema humanitário", alertou também Guterres no Fórum de Doha.

"A situação está a evoluir rapidamente para uma catástrofe com implicações potencialmente irreversíveis para os palestinianos como um todo e para a paz e segurança na região", avaliou o secretário-geral da ONU.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, publicou um balanço de 17.490 mortes, a maioria destas de mulheres e crianças, no enclave palestiniano desde o início da guerra com Israel, no início de outubro.

O seu ataque sem precedentes em Israel, em 07 de outubro, deixou mais de 1.200 mortos israelitas, a maioria civis, além de mais de 240 pessoas raptadas, segundo as autoridades do Estado judeu.

Leia Também: Dia dos Direitos Humanos. "A pobreza e a fome estão a aumentar"

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