Chefe militar das Filipinas acusa China "de agressão" em águas disputadas

O chefe militar das Filipinas acusou hoje a China de estar a aumentar a agressão em águas disputadas, após navios da guarda costeira chinesa terem cercado e abalroado um barco de abastecimento filipino.

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© ELOISA LOPEZ/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
11/12/2023 07:25 ‧ 11/12/2023 por Lusa

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Filipinas

Pequim afirmou, entretanto, que as operações da sua guarda costeira durante a altercação registada no fim de semana, no mar do Sul da China, "foram legítimas e profissionais".

O chefe do Estado-Maior filipino, general Romeo Brawner Jr., contou que os navios chineses dispararam canhões de água e cercaram e abalroaram a embarcação filipina, mas sublinhou que as forças filipinas vão continuar a defender os interesses territoriais do país.

Mais de 100 navios chineses e de alegadas milícias têm navegado em torno do contestado Scarborough Shoal, onde um navio da marinha filipina, há décadas visitado por Brawner, está parado. Brawner afirmou que a frota chinesa cresceu face aos meses anteriores.

"É pura agressão", disse Brawner sobre as manobras da China em alto mar. "Testemunhei a quantidade de vezes que os grandes navios da guarda costeira e da milícia chinesas cortaram o nosso caminho. Utilizaram canhões de água e abalroaram" navios filipinos.

No domingo, a China alegou que quatro navios filipinos "tentaram enviar material de construção para um navio de guerra encalhado ilegalmente", o que "violou gravemente a soberania chinesa".

A guarda costeira chinesa, que acusou um navio filipino de ter provocado um "pequeno embate", "tomou medidas restritivas de acordo com a lei e os regulamentos" contra os navios do país insular, disse o porta-voz da guarda costeira Gan Yu, citado pelo jornal oficial Global Times.

"A responsabilidade pelo embate é do lado filipino, que provocou intencionalmente os navios chineses", disse Gan.

O porta-voz avisou Manila para "parar imediatamente com violações e provocações".

Trata-se da segunda altercação entre Filipinas e China nas águas do mar do Sul da China, que Pequim reivindica quase na totalidade, apesar dos protestos dos países vizinhos, incluindo Malásia, Vietname, Taiwan e Brunei, além das Filipinas.

"Isto precisa realmente de uma solução diplomática a um nível mais elevado", disse Brawner. O responsável acrescentou que as "Forças Armadas filipinas vão continuar a executar a sua missão porque é legal e uma obrigação levar mantimentos às tropas filipinas na linha da frente.

"É a nossa obrigação proteger os nossos pescadores", frisou.

O responsável filipino juntou-se ao pessoal da marinha num barco de abastecimento com casco de madeira, o Unnaiza Mae 1, que levou presentes de Natal, alimentos e outros abastecimentos a um pequeno contingente de fuzileiros navais filipinos e pessoal da marinha, estacionados a bordo do navio Sierra Madre no Second Thomas Shoal, um recife submerso nas ilhas Spratly.

Apesar de estar a desfazer-se em ferrugem e buracos, o Sierra Madre, ligeiramente inclinado, continua a ser um navio da marinha filipina em serviço ativo, o que significa que qualquer ataque ao mesmo seria considerado um ato de guerra.

O navio tornou-se um símbolo frágil das reivindicações territoriais das Filipinas no mar do Sul da China, uma via essencial para o comércio internacional.

Depois de as Filipinas terem encalhado deliberadamente o Sierra Madre nos baixios do Scarborough Shoal, em 1999, a China cercou o atol com guarda costeira, marinha e alegados navios da milícia para isolar as forças filipinas.

O impasse territorial, que dura há vários anos, tem-se acendido regularmente e tornou-se um dos pontos mais delicados no mar do Sul da China e mais uma fonte de tensão entre os EUA e a China.

Os EUA têm avisado repetidamente que são obrigados a defender as Filipinas, o mais antigo aliado na Ásia, se as forças, navios ou aviões filipinos forem objeto de um ataque armado, incluindo no mar do Sul da China.

Pequim avisou os EUA para não se intrometerem no que dizem ser uma disputa puramente asiática.

Leia Também: Navio filipino abalroado por embarcação da guarda costeira chinesa

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