De acordo com a agência de notícias AFP, o acordo foi bem recebido pela presidência da COP28 - assumida pelos Emirados Árabes Unidos (EAU) -, pelos Estados Unidos, pela União Europeia (UE), pela França, Espanha, Holanda, pelos países árabes, mas foi menos comemorado pela Austrália.
As Nações Unidas e Samoa, que falaram em nome das pequenas ilhas, foram mais comedidos na celebração do pacto e a China apelou aos países desenvolvidos que assumam a liderança na transição energética global.
O presidente da COP28, Sultan Al-Jaber, declarou que este pacto é histórico para o combate das alterações climáticas.
"Penso que todos ficarão felizes porque, num mundo abalado pela guerra na Ucrânia e no Médio Oriente e por todos os outros desafios de um planeta em dificuldades, há motivos para estarmos otimistas, para estarmos gratos e para nos felicitarmos aqui, juntos", disse o enviado para o clima dos Estados Unidos, John Kerry.
Já o vice-ministro do Ambiente chinês, Zhao Yingmin, declarou que "os países desenvolvidos têm uma responsabilidade histórica e indiscutível nas alterações climáticas: devem assumir a liderança no compromisso com o caminho até aos 1,5 graus" e em "alcançar a neutralidade carbónica o mais rápido possível".
O Presidente francês, Emmanuel Macron, saudou "este passo importante" que "envolve o mundo numa transição sem combustíveis fósseis", ao mesmo tempo que apelou à "aceleração" da luta contra o aquecimento global.
Macron saudou também, na rede social X, o reconhecimento do "papel fundamental da energia nuclear", defendida pela França, paralelamente à necessidade de triplicar as energias renováveis.
Anteriormente, a ministra francesa da Transição Energética, Agnès Pannier-Runacher, tinha destacado "uma vitória do multilateralismo e da diplomacia climática".
"O fim ou pelo menos o abandono dos combustíveis fósseis (...) é uma das melhores notícias que poderíamos receber do Dubai", disse o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, ao Parlamento Europeu em Estrasburgo.
"Pela primeira vez, o mundo fala sobre a retirada dos combustíveis fósseis", afirmou o ministro do Clima holandês, Rob Jetten.
Segundo o dirigente holandês, "mais ambição é sempre bom, mas o objetivo [de limitar o aquecimento] dos 1,5 graus deve ser ainda atingido".
"O grupo árabe expressa a sua gratidão aos grandes esforços da presidência dos EAU e da sua equipa", disse a representante da delegação saudita na COP28, Albara Tawfiq, que preside o grupo árabe na ONU Clima, saudando "o grande sucesso" da conferência.
Tawfiq citou as conquistas obtidas no texto final, como as tecnologias de retenção e armazenamento de carbono, promovidas pelos países produtores de petróleo para poderem continuar a produzir combustíveis fósseis.
"O resultado não vai tão longe como muitos de nós pedíamos, começando pelos países mais vulneráveis. Mas a mensagem enviada é clara: todas as nações do mundo reconhecem que o nosso futuro reside na energia limpa e que a era dos combustíveis fósseis vai terminar", disse o ministro do Clima australiano, Chris Bowen.
A Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS, na sigla em inglês), particularmente ameaçada pelas alterações climáticas, manifestou reservas e preocupações após a adoção do texto, que considera insuficiente.
"Demos um passo em frente relativamente ao 'status quo', mas é de uma mudança exponencial que verdadeiramente precisávamos", declarou Anne Rasmussen, representante das Ilhas Samoa, que preside a AOSIS.
Após o anúncio do acordo, o Brasil instou os países desenvolvidos a liderar a transição energética e fornecer "os meios necessários" às nações em desenvolvimento.
"É fundamental que os países desenvolvidos assumam a liderança na transição para o fim dos combustíveis fósseis", afirmou a ministra do Ambiente brasileira, Marina Silva, apelando também a que sejam "assegurados os meios necessários aos países em desenvolvimento".
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