Míssil de Hutis falha porta-contentores no Estreito de Bab el-Mandeb
Um míssil disparado do território controlado pelos rebeldes Huthis no Iémen falhou hoje um porta-contentores que viajava pelo estreito de Bab el-Mandeb, indicou fonte militar norte-americana, no mais recente ataque à navegação no crucial ponto de estrangulamento marítimo.
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Mundo Iémen
Segundo a fonte, o míssil acabou por cair inofensivamente na água perto do 'Maersk Gibraltar', um navio porta-contentores com bandeira de Hong Kong que viajava de Salalah, Omã, para Jidá, na Arábia Saudita.
As declarações da fonte, que solicitou anonimato e que foi citada pela agência noticiosa Associated Press (AP), surgiram depois de as Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido, que monitorizam as rotas marítimas do Médio Oriente, terem lançado um alerta para um incidente no estreito, que separa a África Oriental da Península Arábica.
O 'Maersk Gibraltar' também foi saudado via rádio por "uma entidade que se dizia ser a 'Marinha do Iémen' antes do lançamento do míssil contra o navio", disse a empresa privada de informações Ambrey.
"A 'Marinha do Iémen' exigiu que o navio alterasse a rota e se dirigisse para o Iémen. A Ambrey avaliou a entidade como sendo" os Huthis, lê-se num comunicado da empresa.
A Maersk, um dos maiores armadores do mundo, ainda não fez quaisquer comentários sobre o incidente.
O incidente de hoje é o mais recente dos ataques marítimos atribuídos aos Huthis no âmbito da sua campanha de pressão sobre a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
Na quarta-feira, dois mísseis disparados a partir de território controlado pelos Huthis atingiram um navio-tanque comercial de fabrico indiano carregado com combustível perto do importante estreito de Bab el-Mandeb.
Também perto do mesmo estreito, um míssil disparado pelos rebeldes Huthis na segunda-feira à noite embateu num navio-tanque de bandeira norueguesa no Mar Vermelho.
Os Huthis realizaram uma série de ataques a navios no Mar Vermelho e lançaram drones e mísseis contra Israel. Nos últimos dias, ameaçaram atacar qualquer embarcação que acreditassem estar a ir ou a vir de Israel, embora vários navios visados não tivessem qualquer ligação aparente.
O transporte marítimo mundial tem sido cada vez mais visado, uma vez que a guerra entre Israel e o Hamas ameaça tornar-se um conflito regional mais vasto - mesmo durante uma breve pausa nos combates, durante a qual o Hamas trocou reféns por prisioneiros palestinianos detidos por Israel.
O colapso das tréguas e o recomeço de uma ofensiva terrestre e de ataques aéreos israelitas em Gaza aumentaram o risco de mais ataques marítimos.
O estreito de Bab el-Mandeb tem apenas 29 quilómetros de largura no seu ponto mais estreito, o que limita o tráfego a dois canais para os carregamentos de entrada e saída, de acordo com a Administração de Informação sobre Energia dos Estados Unidos.
Cerca de 10% de todo o petróleo comercializado no mar passa por ele. Estima-se que 1.000 biliões de dólares (910 biliões de euros) em mercadorias passem anualmente pelo estreito.
Em novembro, os Huthis apoderaram-se de um navio de transporte de veículos ligado a Israel no Mar Vermelho, ao largo do Iémen. Os rebeldes ainda retêm o navio perto da cidade portuária de Hodeida.
Por outro lado, um navio porta-contentores propriedade de um bilionário israelita foi atacado por um suposto 'drone' iraniano no Oceano Índico.
Apesar da longa guerra no Iémen, há meses que se mantém uma tentativa de cessar-fogo entre os Huthis e uma coligação liderada pela Arábia Saudita, que luta em nome do governo exilado do Iémen.
Este facto suscita preocupações de que um conflito mais alargado no mar - ou um potencial ataque de represália das forças ocidentais -- possa reacender as tensões na nação mais pobre do mundo árabe.
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