Ministro do Bangladesh acusa partido da oposição de fogo posto em comboio

O ministro dos caminhos-de-ferro do Bangladesh acusou o principal partido da oposição de "fogo posto" e sabotagem após um incêndio ter deflagrado hoje num comboio de passageiros na capital, provocando quatro mortes, incluindo uma criança.

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Lusa
19/12/2023 11:58 ‧ 19/12/2023 por Lusa

Mundo

Bangladesh

Nurul Islam Sujon acusou o Partido Nacionalista do Bangladesh, liderado pela antiga primeira-ministra Khaleda Zia, de recorrer à violência nos protestos antigovernamentais para impedir as eleições nacionais de 07 de janeiro e "criar o caos".

O partido de Zia, que está a boicotar as eleições, emitiu um comunicado em que nega a acusação.

"Há uma profunda suspeita entre o público de que este incidente tenha sido realizado como uma manobra para desviar a atenção do público do movimento democrático em curso", disse o secretário-geral adjunto sénior do partido, Ruhul Kabir Rizvi.

O partido tem vindo a impor, de forma intermitente, bloqueios aos transportes e greves gerais, exigindo a demissão da primeira-ministra Sheikh Hasina, que pretende um quarto mandato consecutivo.

Os bombeiros recuperaram hoje quatro corpos depois de três carruagens do comboio Mohanganj Express se terem incendiado, disse o vice-diretor adjunto do Serviço de Bombeiros e Defesa Civil do Bangladesh, Shahjahan Sikder.

O comboio tinha partido do distrito de Netrokona, no norte do país, na segunda-feira, com destino a Daca e estava cheio de passageiros. Uma mãe de 32 anos e o seu filho de três estavam entre os mortos, afirmou Sikder.

Não se sabe ao certo o que provocou o incêndio, que a polícia está a investigar.

O partido de Zia convocou uma greve geral de um dia para terça-feira em todo o país do Sul da Ásia, como parte do seu movimento antigovernamental antes das eleições.

Na segunda-feira, cerca de 1.900 candidatos, incluindo muitos independentes, começaram a fazer campanha nos 300 círculos eleitorais.

Hasina, a atual primeira-ministra e líder do partido no poder, a Liga Awami, deverá iniciar a sua campanha na cidade de Sylhet, no nordeste do país, na quarta-feira.

O principal partido da oposição apelou ao boicote das eleições depois do seu pedido de um governo provisório para supervisionar as eleições não ter sido satisfeito. O partido acusou Hasina de ter manipulado a votação de 2018 e disse que não acredita que as próximas eleições sejam justas.

O boicote significa que os eleitores têm pouca escolha a não ser reeleger Hasina. As eleições realizam-se num momento em que o governo tem reprimido os políticos da oposição.

O partido de Zia declarou que mais de 20.000 membros do partido foram detidos desde 28 de outubro, data em que um oficial da polícia foi brutalmente assassinado durante uma grande manifestação, alegadamente por apoiantes de Zia.

O governo negou as acusações de ter como alvo a oposição, mas advertiu que não seriam tolerados quaisquer "atos de sabotagem" ou "tentativas de criar o caos" no país.

Hasina prometeu a realização de eleições livres e justas e encorajou os independentes a concorrerem.

Leia Também: ONG denuncia Bangladesh pela detenção de milhares antes das eleições

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