O relatório diário das Nações Unidas sobre o conflito disse que foram identificadas infeções como meningite, varicela, icterícia, além de doenças respiratórias e cutâneas entre as pessoas deslocadas em centros da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos.
O documento denunciou, mais uma vez, os ataques às instalações de saúde em Gaza, que se tornaram cenários de combate depois de Israel ter acusado o movimento islamita Hamas de as usar como refúgio para as milícias armadas e até como centros de operações.
O relatório lembrou que, na segunda-feira, após duas semanas de cerco, o hospital Al Awda, na cidade de Jabalia, no norte de Gaza, foi invadido por soldados israelitas que detiveram, despiram, amarraram e interrogaram pacientes, médicos e refugiados, incluindo menores.
A maioria foi levada de volta ao hospital, mas pelo menos seis pessoas, incluindo o diretor do hospital, continuam detidas, de acordo com informações da organização não governamental Médicos Sem Fronteiras.
Na terça-feira, outra operação semelhante, desta vez no hospital Al Ahli, na Cidade de Gaza, resultou na detenção de vários médicos e pacientes, bem como na destruição da entrada principal das instalações.
As proximidades do hospital Al Yaman al Shaeed, em Jabalia, também sofreram intensos ataques com projéteis e armas de fogo nos últimos dias, acrescentou o relatório.
Apenas nove dos 36 hospitais da Faixa de Gaza estão a funcionar parcialmente, todos eles na metade sul do enclave, enquanto no norte quatro centros prestam serviços extremamente limitados aos pacientes e não têm condições de admitir novos doentes.
Há seis dias que Gaza tem vivido um corte quase total nos serviços de telecomunicações e internet, o que dificulta as operações de emergência e o acesso a informações sobre a evolução do conflito, indicou a ONU.
O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas alertou que metade da população de Gaza se encontra numa situação de fome grave ou extrema e que 90% dos habitantes do território passam dias inteiros sem comer.
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