Nem a administração do país asiático nem os seus cidadãos "são obrigados a cooperar" com o governo "ilegal, antidemocrático e inconstitucional" da primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, afirmou o presidente interino do BNP, Tarique Rahman, numa mensagem na rede social X.
Rahman, que se encontra exilado em Londres desde 2008 após ter sido condenado em vários processos, pediu aos cidadãos para que se abstenham de pagar impostos, faturas de serviços públicos ou outras dívidas pendentes às autoridades.
O líder da oposição apelou também aos funcionários públicos para que se recusem a desempenhar funções nas próximas eleições.
O político apelou ainda às pessoas que considerem depositar o seu dinheiro nos bancos, o que descreveu como "meio de saque" do governo.
O Bangladesh vai realizar eleições gerais a 07 de janeiro, nas quais a Liga Awami de Hasina é a favorita para ganhar um quarto mandato consecutivo, no meio de um boicote dos partidos da oposição que exigem a demissão da primeira-ministra e a formação de um governo provisório para supervisionar as eleições.
A primeira-ministra prometeu a realização de eleições livres e justas e encorajou os independentes a concorrerem. Contudo, as eleições realizam-se num momento em que o governo tem reprimido os políticos da oposição.
Desde a sua última grande manifestação, em 28 de outubro, o BNP denunciou a detenção de 21.150 ativistas e a morte de pelo menos 22 pessoas em confrontos com as forças de segurança e os apoiantes da Liga Awami.
A líder da oposição e antiga primeira-ministra Khaleda Zia foi proibida de exercer atividades políticas, uma vez que se encontra em prisão domiciliária desde março de 2020.
Nas últimas semanas, o Secretário-Geral do BNP, Mirza Fakhrul Islam Alamgir, e outros dirigentes do BNP foram detidos pelas autoridades sob a acusação de violência e fogo posto.
A Liga Awami e o BNP governam o Bangladesh desde 1991, com exceção de um breve governo quase militar em 2007-2008.
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