Israel. Casa Branca qualifica como "sérias" discussões para nova trégua
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano qualificou hoje de "muito sérias" as discussões em curso sobre uma nova trégua nas hostilidades da guerra entre Israel e o Hamas.
© Lusa
Mundo Israel/Palestina
"Trata-se de discussões e negociações muito sérias e esperamos que conduzam a algum lado", disse John Kirby, a bordo do avião Air Force One, durante uma visita do Presidente norte-americano, John Biden, ao Wisconsin.
Segundo John Kirby, o desejo da Casa Branca é que se concretize o cessar-fogo, algo que tem sido trabalhado depois da anterior trégua de uma semana que teminou no início do mês.
Por seu lado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reafirmou esta quarta-feira que Israel continuará "a guerra até ao fim", diluindo as esperanças de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, no dia em que foram reatadas negociações, no Cairo, com o movimento islamita palestiniano Hamas para uma nova trégua temporária e a libertação de mais reféns.
O líder do Hamas, Ismail Haniya, viajou do Qatar para o Egito para participar nas conversações, mediadas por aqueles dois países, onde se presume que também participe o chefe da "secreta" Mossad, que esta semana se encontrou na Europa com o emir do Qatar e com o diretor da CIA, William Burns, para discutir a possibilidade de um cessar-fogo temporário.
Um alto responsável do Hamas afirmou hoje que o grupo palestiniano "não participará no jogo" de Israel para uma nova libertação dos reféns israelitas, que seria seguida de "outra onda de assassínios em massa" na Faixa de Gaza.
Ghazi Hamad confirmou, em declarações ao canal de televisão Al-Jazeera, que "algumas pessoas" estão a tentar negociar uma trégua nos combates, embora tenha defendido que não são do interesse do grupo palestiniano.
Desde que terminou a semana de trégua, em 01 de dezembro, saldada pela libertação de 105 reféns israelitas e estrangeiros em troca de 240 prisioneiros palestinianos, Netanyahu não tem sido favorável ao diálogo e insistido na opção militar.
No entanto, o facto de as tropas israelitas terem matado por engano três reféns na passada sexta-feira, que confundiram com membros do Hamas, na mesma semana em que capturaram os corpos de outras cinco pessoas raptadas na Faixa de Gaza, aumentou a pressão interna para que o líder israelita concorde em voltar a negociar.
Após um ataque sem precedentes do Hamas que causou cerca de 1.200 mortes e cerca de 240 sequestros em território israelita em 07 de outubro, o Exército de Telavive conduziu desde então uma poderosa ofensiva aérea, terrestre e marítima na Faixa de Gaza.
A operação militar já deixou mais de 19 mil mortos e acima de 51 mil feridos, a maioria dos quais mulheres, crianças e idosos, segundo números das autoridades locais de Gaza, controladas pelo grupo islamita palestiniano, bem como 1,9 milhões de deslocados, 85% da população total do enclave, de acordo com a ONU.
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