"Se os EUA quiserem enviar as suas tropas para o Iémen, então o que irão enfrentar no Iémen será muito mais duro do que o que enfrentaram no Afeganistão e o que sofreram no Vietname", disse o líder Huti num discurso transmitido pela televisão.
"Se os Estados Unidos decidirem intensificar a situação, envolverem-se mais ou cometerem um ato insensato, atacando o nosso país ou travando uma guerra contra nós", o grupo rebelde não ficará de braços cruzados, adiantou o líder Huti.
"Responderemos, transformando os navios de guerra americanos, os interesses americanos e os movimentos marítimos americanos em alvos dos nossos mísseis, 'drones' e operações militares", acrescentou.
O chefe do grupo rebelde iemenita Huti, apoiado pelo Irão, alegou ainda que "os EUA estão atualmente a tentar envolver terceiros na proteção dos navios e embarcações israelitas".
Abdul-Malik al-Houthi avisou os outros países que participam na aliança naval liderada pelos EUA, que inclui o Reino Unido, a França, a Espanha, a Itália, os Países Baixos, o Canadá, a Noruega, o Bahrein e as Seychelles, que "estão a arriscar" os seus "interesses e segurança marítima".
"Aconselho todos os países que os EUA pretendem envolver a não se deixarem influenciar, a não sacrificarem os vossos interesses e a não comprometerem a segurança da vossa navegação marítima ao serviço do inimigo sionista. Porque é que apoiam os seus crimes?", questionou al-Houthi.
O líder dos rebeldes estendeu o aviso aos "países europeus que arriscam e põem em perigo os seus interesses por causa de Israel" e recordou que não há perigo para os navios, desde que não se dirijam a Israel nem se envolvam com os EUA.
Desde o início da ofensiva israelita na Faixa de Gaza - em resposta ao ataque sem precedentes do Hamas, que causou cerca de 1.200 mortes e cerca de 240 sequestros em território israelita a 07 de outubro - os Hutis têm vindo a atacar vários navios com bandeira do Estado judaico ou propriedade de empresas israelitas no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al Mandeb.
O objetivo dos rebeldes passa por "impedir a circulação de navios israelitas que transportam mercadorias para os portos palestinianos ocupados", mas foi esclarecido que "esta ação não visa a navegação internacional".
O líder dos rebeldes reiterou o seu compromisso com a causa palestiniana e defendeu os ataques no Mar Vermelho como uma retaliação contra "a agressão sionista na Faixa de Gaza".
Desde sexta-feira que os principais grupos de navegação anunciaram a suspensão das suas operações no Mar Vermelho, entre eles a Maersk e a Hapag-Lloyd, e ontem juntou-se-lhes a companhia petrolífera BP, que cancelou temporariamente a passagem dos seus navios pela zona.
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