Macron diz que eliminar o Hamas "não implica dizimar Gaza"
As operações militares israelitas têm sido cada vez mais criticadas pelos seus aliados, numa altura em que o número de mortos já superou as 20 mil pessoas.
© Reuters
Mundo Faixa de Gaza
O presidente francês fez novas críticas ao governo israelita e à forma como o seu exército tem bombardeado indiscriminadamente a Faixa de Gaza, com Emmanuel Macron a salientar que lutar contra o Hamas não equivale a "dizimar Gaza".
Numa entrevista à televisão francesa France 5, Macron reiterou a posição de Paris nas últimas semanas, que tem sido de um apoio firme a um cessar-fogo imediato no território palestiniano e uma maior abertura de Israel à entrada de ajuda humanitária na região.
"Não podemos deixar que esta ideia se enraíze de que uma luta eficiente contra o terrorismo implica dizimar Gaza ou atacar populações civis indiscriminadamente", afirmou o líder francês, pedindo que o exército israelita "pare esta resposta porque não é apropriada, porque todas as vidas valem o mesmo e que as temos de defender".
Macron reafirmou que considera, tal como a esmagadora maioria dos governos dos países ocidentes, que "Israel tem o direito a defender-se e a lutar contra o terror", mas a proteção de civis palestinianos é imperativa e a França continua a apelar a uma "trégua que leve a um cessar-fogo humanitário".
O francês tem passado a assumir um tom mais crítico das operações militares, numa altura em que o número de pessoas mortas na Faixa de Gaza já ultrapassou as 20 mil.
Macron já tinha apontado, no início do mês, que eliminar o Hamas demoraria uma década e que a forma como a ofensiva israelita tem sido levada a cabo no enclave pode fomentar "ressentimento de toda a opinião pública" no Médio Oriente.
As operações militares israelitas intensificaram-se depois dos ataques sem precedentes do Hamas, no dia 7 de outubro, que mataram cerca de 1.100 pessoas e raptaram cerca de 250. A resposta tem sido a de deixar a Faixa de Gaza, uma pequena região ocupada pelos israelitas e já oprimida pela falta de acesso de bens essenciais suficientes, de rastos.
Poucos são os hospitais ainda em funcionamento e, para além dos mais de 20 mil mortos (a maioria mulheres e crianças), o corte de água potável e o apoio médico insuficiente criou uma das piores crises humanitárias do mundo.
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