Júri absolve 3 polícias de morte de homem negro que não conseguia respirar

Um júri absolveu três polícias de Washington de todas as acusações criminais pela morte de Manuel Ellis, um homem negro que foi abanado, espancado e mantido com o rosto para baixo numa calçada de Tacoma enquanto implorava para respirar.

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Lusa
22/12/2023 07:01 ‧ 22/12/2023 por Lusa

Mundo

EUA

Dois polícias - Matthew Collins, 40, e Christopher Burbank, 38 - estavam acusados de homicídio em segundo grau e homicídio culposo, enquanto Timothy rankine, 34, estava acusado de homício culposo. O júri considerou os três inocentes em todas as acusações.

O médico legista do condado de Pierce considerou a morte de Ellis um homicídio causado pela privação de oxigénio, mas os advogados dos policias disseram que a culpa era de um alto nível de metanfetamina no sistema de Ellis e de uma irregularidade cardíaca.

Testemunhas - uma das quais gritou para os policias pararem de atacar Ellis - e uma câmara de vigilância capturou vídeo de partes do encontro na noite de 03 de março de 2020. O vídeo mostrou Ellis com as mãos para cima em posição de rendição, enquanto Burbank atirava um 'taser' contra o peito e Collins passava braço à volta de seu pescoço por trás.

Mais tarde, os policiais disseram aos investigadores que Ellis tinha-os atacado e sido violento. Testemunhas afirmaram que não viram tal coisa.

"Quando vi o Manuel não fazer nada e foi atacado daquela forma, não foi certo", disse a testemunha Sara McDowell, 26 anos, no julgamento.

"Nunca tinha visto a polícia fazer algo assim. Foi a pior coisa que já vi. Foi assustador", acrescentou.

Collins testemunhou que lamentava a morte de Ellis, mas que não teria feito nada diferente. Alegou que nunca ouviu Ellis a dizer, repetidamente, que não conseguia respirar, mantendo que este tinha iniciado o confronto ao levantar Collins do chão e atirando-o para trás, algo que nenhuma outra testemunha afirmou ter visto.

Rankine classificou a morte de Ellis de tragédia. Este pressionar os seus joelhos nas costas de Ellis quando este pediu para respirar.

"A única resposta naquele momento em que eu pdoa pensar era que 'se podes falar comigo, podes também respirar'", afirmou Rankine.

A morte de Ellis tornou-se uma pedra de toque para os manifestantes pela justiça racial no noroeste do Pacífico, mas também coincidiu com o primeiro surto de covid-19 nos EUA numa casa de repouso nas proximidades de Kirkland e não atraiu a atenção de que o homícidio de George Floyd pela polícia em Minneapolis fez quase três meses depois.

Leia Também: Homem declarado inocente nos EUA após 48 anos preso por homicídio

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