O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen, reiterou, esta sexta-feira, que aquele Estado "continuará a guerra em Gaza até que todos os reféns sejam libertados", tendo apontado ainda como condição para a paz "a eliminação do Hamas na Faixa de Gaza".
"Israel continuará a guerra em Gaza até que todos os reféns sejam libertados e até à eliminação do Hamas na Faixa de Gaza. Israel continuará a agir de acordo com o direito internacional e a monitorizar toda a ajuda humanitária em Gaza por razões de segurança", escreveu o responsável, na rede social X (Twitter).
Estas declarações surgiram depois de, também esta sexta-feira, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) ter aprovado uma resolução exigindo o envio de ajuda humanitária "em grande escala" para a Faixa de Gaza.
"A decisão do Conselho de Segurança sublinha a necessidade de garantir que a ONU se torne mais eficiente na transferência da ajuda humanitária e de garantir que a ajuda chegue ao seu destino e não acabe nas mãos dos terroristas do Hamas", complementou.
Israel will continue the war in Gaza until the release of all the hostages and the elimination of Hamas in the Gaza Strip.
— אלי כהן | Eli Cohen (@elicoh1) December 22, 2023
Israel will continue to act according to international law, and will continue to screen all humanitarian aid to Gaza for security reasons.
The Security…
De notar que o secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou que as ações do grupo islâmico Hamas não podem justificar "a punição coletiva do povo palestiniano", ao mesmo tempo que apelou à libertação de todos os reféns em Gaza.
"Nada pode justificar o disparo continuado de rockets de Gaza contra alvos civis em Israel, ou usarem os civis como escudos humanos. Mas, ao mesmo tempo, estas violações de direito humanitário internacional nunca podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano e não libertam Israel das suas obrigações para com o direito internacional", disse.
Guterres apontou ainda que, no que diz respeito à missão das organizações humanitárias, "o verdadeiro problema é a forma como Israel está a levar a cabo a sua ofensiva", já que "está a criar imensos obstáculos à distribuição de ajuda humanitária dentro de Gaza".
"Uma operação eficaz de ajuda em Gaza requer segurança, pessoal que possa trabalhar de forma segura, capacidade logística e o retomar da atividade comercial", disse, concretizando que "um cessar-fogo humanitário é a única forma de começarmos a responder às necessidades desesperadas das pessoas em Gaza".
O responsável defendeu, por fim, que uma solução de dois Estados é a "única" forma de alcançar a paz.
Depois do ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), tendo acordado com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.
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