UE saúda apelo do Conselho de Segurança para ajuda a Gaza sem obstáculos

O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, saudou hoje a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que apela para a entrada segura e sem entraves de ajuda na Faixa de Gaza.

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© Jonathan Raa/NurPhoto via Getty Images

Lusa
22/12/2023 20:37 ‧ 22/12/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"Acolho com satisfação a aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que apela urgentemente para o fornecimento seguro e sem obstáculos de ajuda à população de Gaza", escreveu Charles Michel na rede social X (antigo Twitter).

O político belga sublinhou que "era isto que a União Europeia (UE) estava a pedir, em consonância com o direito internacional humanitário".

Congratulou-se também por "se insistir na necessidade de criar as condições para um cessar-fogo sustentável".

Por sua vez, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, indicou na mesma rede social saudar com satisfação a resolução do Conselho de Segurança, garantindo que a instituição que lidera "está a trabalhar com parceiros na região e fora dela para enfrentar a emergência humanitária e preparar-se já hoje para o dia seguinte".

O Conselho de Segurança da ONU aprovou hoje uma resolução para agilizar o envio de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, após uma semana de intensas negociações.

A iniciativa, apresentada pelos Emirados Árabes Unidos, teve de ser reescrita várias vezes devido a objeções dos Estados Unidos, que têm direito de veto naquele órgão, enquanto seu membro permanente, e acabaram por se abster, assim como a Rússia.

O texto apela ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para que nomeie um coordenador especial para monitorizar e verificar o envio de ajuda humanitária para aquele território palestiniano, alvo de bombardeamentos constantes desde 07 de outubro, data do início da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.

Nesse dia, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território e que entretanto se estendeu também ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 77.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 20.000 mortos, na maioria civis, e 52.600 feridos, de acordo com o último balanço das autoridades locais controladas pelo Hamas, e cerca de 1,9 milhões de deslocados, segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, mais de 280 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos.

Leia Também: "Israel continuará a guerra até que todos os reféns sejam libertados"

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