Irão liberta turista detido há 1 ano emprotestos da morte de Mahsa Amini
O Irão libertou hoje o turista espanhol Santiago Sánchez Cogedor, que tinha detido em outubro de 2022, pouco depois de entrar no país, a braços com um movimento de protesto após a morte de Mahsa Amini.
© Jenny Matthews/In Pictures via Getty Images
Mundo Mahsa Amini
"A Embaixada da República Islâmica do Irão tem o prazer de anunciar a libertação de Santiago Sánchez Cogedor, o único cidadão espanhol preso no Irão", publicou a Embaixada do Irão em Espanha no X, antigo Twitter.
Na mesma mensagem, a embaixada iraniana acrescenta que a libertação "ocorre no âmbito das relações amistosas e históricas entre os dois países, e em conformidade com a lei".
Santiago Sánchez Cogedor foi detido depois de ter visitado o túmulo da jovem Mahsa Amidi, cuja morte foi conhecida após detenção pela polícia da moral, e provocou intensos protestos no país a partir de setembro de 2022.
Adepto de futebol espanhol, Cogedor tinha-se proposto, no início de janeiro de 2022, a caminhar da região de Madrid até ao Qatar para assistir ao Campeonato do Mundo, que começou a 20 de novembro.
Mas a família perdeu-lhe o rasto: numa última mensagem, a 1 de outubro, na sua conta do Instagram, onde documentou a sua viagem, disse que estava numa aldeia no norte do Iraque e que estava prestes a entrar no Irão.
Em seguida, numa mensagem de voz transmitida pela televisão, disse aos pais que estava a caminho de Teerão, antes de se dirigir ao porto de Bandar Abbas, no Estreito de Ormuz, para apanhar um barco para o Qatar.
Alguns dias mais tarde, o Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol disse à família do turista que ele tinha sido detido, referiu à AFP Celia Cogedor, mãe de Santiago Sanchez Cogedor, no final de outubro.
A República Islâmica do Irão mantém em detenção mais de uma dezena de cidadãos ocidentais e é acusada pelos seus apoiantes e pelas ONG de os utilizar como moeda de troca nas negociações entre Estados.
Em setembro de 2022, o país enfrentou um movimento de protesto após a morte de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, três dias depois de ter sido detida pela polícia da moral por usar um véu mal ajustado, uma alegada violação do severo código de vestuário imposto às mulheres.
A sua morte deu origem a meses de manifestações contra os dirigentes políticos e religiosos iranianos, e Mahsa Amini tornou-se o símbolo da luta contra o uso obrigatório do véu.
A repressão violenta deste movimento provocou centenas de mortos e milhares de detenções.
Teerão acusou sobretudo os Estados Unidos, inimigo declarado do Irão, de instigarem estes protestos.
Neste contexto, no final de setembro de 2022, as autoridades iranianas anunciaram a detenção de nove estrangeiros, nomeadamente da Polónia, Itália e França, alegadamente ligados ao movimento de protesto.
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