"Enfrentámos 2023 com uma bitácula clara e coerente, de acordo com as nossas necessidades e oportunidades. Reforçámos e avançámos (...) Foram oito frentes de trabalho que concebemos e desenvolvemos com uma disciplina e vontade admiráveis", afirmou Nicolás Maduro.
O dirigente falava ao país numa mensagem de Ano Novo, gravada em vídeo, transmitida em simultâneo e de forma obrigatória pelas rádios e televisões locais.
"Propusemo-nos a consolidar o crescimento económico de um novo modelo diversificado, no qual temos vindo a trabalhar progressivamente, com êxito, face às sanções criminosas", disse, precisando que a aposta foi "superar o rentismo e a dependência do petróleo", e "a criação de fórmulas alternativas às receitas neoliberais".
No entanto, "ainda há muito a fazer", sublinhou o líder, declarando que foram alcançados "equilíbrios importantes numa economia de guerra".
Ainda segundo Nicolás Maduro, houve um reforço da proteção social perante "as feridas sociais" criadas pelas sanções internacionais e foi criado "um plano tático" através de programas estatais em matéria de saúde, trabalho, educação, habitação, habitat, alimentação, cultura e ambiente, entre outros.
"Conseguimos combater o crime de forma muito eficaz, reduzi-lo e (...) desmantelar as máfias do crime organizado e libertar 100% das prisões [de redes criminosas]", acrescentou.
Por outro lado, foram expandidas "as brigadas comunitárias e militares de educação e saúde".
"Promover a independência integral e a descolonização da Venezuela é uma grande tarefa que tem muitas arestas e muitos desafios e que é mais relevante do que nunca (...) com implicações territoriais, políticas, educativas, culturais e científicas que se perdem de vista", disse.
Segundo Maduro, foi ainda possível dar prioridade "à luta pelos direitos históricos da Venezuela sobre a Guiana de Essequiba [território em disputa com a vizinha Guiana] e contra o despojo criminoso que velhos e novos impérios estão a tentar reeditar no século XXI".
Maduro frisou que, com o referendo de 03 de dezembro, "despertou-se uma consciência nacionalista como nunca antes em 200 anos de República, que conseguiu unir todos, independentemente das diferenças partidárias, religiosas, culturais e outras" na defesa do país e do território Essequibo.
"Finalmente, promovemos o diálogo com a Guiana, com a mediação e a presença da Comunidade de Estados Latino-americanos e das Caraíbas (...) Conseguimos isto para desativar e evitar a agenda belicista patrocinada pela Exxon Mobil [multinacional de petróleo e gás dos EUA] no país vizinho", disse.
O líder explicou que foi assinado um acordo em Argyle, em São Vicente e Granadinas, "que, infelizmente, o Governo da Guiana, empurrado pelo seu antigo império colonial, o Reino Unido da Grã-Bretanha, pretende romper com uma provocação hostil com a entrada de um navio de guerra britânico nos mares comuns".
"Denunciamos mais uma vez e reiteramos ao mundo que nada nem ninguém poderá amedrontar o povo da Venezuela, que hoje tem umas Forças Armadas Nacionais Bolivarianas que o defende e defende bem", declarou.
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