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Autoridade Palestiniana diz que agressão de Israel "devastará a região"

A Autoridade Palestiniana alertou hoje que "a incansável agressão" de Israel contra a população palestiniana na Cisjordânia e Faixa de Gaza "devastará toda a região" e denunciou execuções extrajudiciais de civis palestinianos que comparou à atuação de "gangues".

Autoridade Palestiniana diz que agressão de Israel "devastará a região"
Notícias ao Minuto

14:22 - 02/01/24 por Lusa

Mundo Palestina,Israel

"A incansável agressão contra o povo palestiniano e os seus locais sagrados, associada às tentativas deslocação populacional pela autoridade e ocupação em Gaza e na Cisjordânia e a ausência de um horizonte político baseado na legitimidade internacional, devastará toda a região", disse o porta-voz da presidência palestiniana, Nabil abu Rudeina.

O mesmo responsável assinalou ainda que "as conspirações contra a causa palestiniana pretendem suprimir o projeto nacional palestiniano", apesar de indicar que a resistência dos palestinianos "desarticulou e continuará a desarticular todas as conspirações contra os seus direitos, valores e objetivos nacionais, independentemente do custo".

Abu Rudeina, que reiterou as acusações de "guerra de genocídio" contra o enclave da Faixa de Gaza, sublinhou que as autoridades e a população palestiniana "são capazes de enfrentar os desafios e impedir todas as tentativas regionais ou internacionais de comprometer o seu objetivo de independência", de acordo com a agência noticiosa palestiniana WAFA.

"A Organização de Libertação da Palestina (OLP), como representante legítima do povo palestiniano, permanece comprometia com a autodeterminação e o estabelecimento de um Estado palestiniano independente com Jerusalém [leste] como capital, preservando os lugares santos muçulmanos e cristãos", acrescentou.

Em paralelo, e através de um comunicado, a Autoridade Palestiniana acusou hoje Israel de efetuar ações semelhantes à de "gangues" ao executar extrajudicialmente civis palestinianos durante o seu ataque à Faixa de Gaza, como parte da resposta aos ataques do grupo islamita Hamas em 07 de outubro.

"As execuções no terreno contra civis palestinianos são semelhantes à atuação de 'gangues' e não de um Estado que reclama democracia", denunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado publicado na rede social X, ex-Twitter.

"O comportamento dos soldados de ocupação reflete a natureza das instruções e disposições fornecidas pelos comandos políticos e militares israelitas para disparar contra palestinianos, cometer massacres e assassinatos em massa através de bombardeamentos e a imposição da fome generalizada na Faixa de Gaza", prossegue o comunicado.

A Autoridade Palestiniana exige a Israel que sejam "imediatamente revelados" os locais onde instalou "campos de concentração secretos" onde mantém civis, a revelação dos seus nomes e a condição em que se encontram.

O ministério refere-se especificamente ao caso de uma rapariga menor "sequestrada" pelo Exército de ocupação" israelita na Faixa de Gaza, onde "comete os mais atrozes crimes contra civis", e exigiu a sua libertação imediata.

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado após um ataque sangrento e sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro.

No total, 1.140 pessoas, na maioria civis, foram mortas nesse dia, incluindo cerca de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem em Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde 07 de outubro a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 22.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas mais de 54 mil, na maioria civis, destruídas a maioria das infraestruturas e perto de dois milhões forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade. Desde 07 de outubro, mais de 300 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém leste, ocupados pelo Estado judaico.

Leia Também: Israel diz ter matado "dezenas de terroristas" no norte da Faixa de Gaza

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