Delors, político francês e antigo presidente da Comissão Europeia, morreu em 27 de dezembro, aos 98 anos.
O Estado francês pretende homenagear um "arquiteto da Europa unida" sem o qual a França seria "menos dona do seu destino", segundo o Eliseu (Presidência francesa), citado pela agência francesa AFP.
Macron vai celebrar o papel de Delors na política francesa, desde o trabalho com o socialista Jacques Chaban-Delmas no final da década de 1960, até à manutenção da França na Europa em 1983, como ministro da Economia do socialista François Mitterrand.
A homenagem nacional no Pátio dos Inválidos, em Paris, contará com uma inovação ligada à dimensão continental de Delors: após o elogio de Macron, o "Last Post" e a "Marselhesa" será tocado o "Hino da Alegria", o hino da União Europeia (UE).
Macron deverá dizer que "a França não teria continuado a ser uma potência soberana na Europa tal como a conhecemos hoje sem Jacques Delors", afirmou um conselheiro do chefe de Estado aos jornalistas.
O discurso de Macron, que se apresenta regularmente como o líder dos progressistas pró-europeus, deverá também ter eco à luz das eleições europeias de junho, quando a extrema-direita lidera as sondagens em França.
Tanto mais que estará na presença do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, um dos líderes do campo nacionalista na Europa.
A França convidou todos os chefes de Estado e de Governo da UE, bem como os presidentes das instituições comunitárias, atuais ou em exercício, enquanto o social-democrata Jacques Delors esteve em Bruxelas de 1985 a 1995.
O Presidente português estará acompanhado pelo antecessor, Aníbal Cavaco Silva, que também "foi primeiro-ministro durante todo o período dos mandatos" de Delors, e por José Manuel Durão Barroso, que presidiu à Comissão Europeia (2004-2014), anunciou a Presidência portuguesa.
Entre dirigentes que confirmaram a presença estão também o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, e o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, segundo a AFP.
Os Presidentes do Conselho, da Comissão, do Parlamento Europeu e do Banco Central Europeu são igualmente esperados, na perspetiva de uma homenagem europeia em Bruxelas, no final de janeiro.
A presidente da Câmara Municipal de Lille, Martine Aubry, filha de Jacques Delors, tem estado estreitamente envolvida nos preparativos, mas não irá discursar, segundo o Eliseu.
A Presidência francesa anunciou também que Emmanuel Macron se deslocará a Berlim, em 22 de janeiro, para a cerimónia de homenagem a outra figura política europeia, o antigo ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble.
O homem que encarnou o rigor orçamental promovido pela Alemanha na Europa, e que foi também presidente do parlamento alemão no final da carreira política, morreu pouco antes de Jacques Delors, aos 81 anos.
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