Filho de Abramovich recebe passaporte lituano após pai ser alvo de sanções
O filho do empresário russo Roman Abramovich recebeu um novo passaporte lituano em outubro de 2023, mais de um ano depois de o seu pai ter sido adicionado à lista de sanções da União Europeia, informou hoje o Centro de Jornalismo Investigativo de Siena.
© Reuters
Mundo Abramovich
De acordo o jornal Kyiv Independent, o Ministério do Interior da Lituânia anunciou em 07 de dezembro que estava a investigar as circunstâncias de como os filhos de Abramovich, Arkady e Anna, obtiveram a cidadania lituana, depois de o Centro de Siena ter publicado a investigação sobre o assunto.
Informações de documentos confidenciais citadas na investigação indicam que Abramovich tinha nomeado as duas crianças como beneficiárias de um de seus fundos, o que pode tê-lo ajudado a contornar as sanções dos EUA, do Reino Unido e da UE.
A ministra do Interior da Lituânia, Agne Bilotaite, disse que tinha planos para alterar a lei para permitir ao Governo revogar a cidadania lituana de cidadãos com dupla nacionalidade considerados uma ameaça à segurança nacional ou que expressem apoio a um estado que ameaça a Lituânia, os estados-membros da UE e os aliados.
O Centro de Siena relatou hoje que Anna Abramovich recebeu um passaporte lituano em outubro de 2011 e renovou o documento em maio de 2021.
Os avós de Roman Abramovich eram oriundos da Lituânia, o que deu aos seus filhos o direito de solicitar a cidadania lituana, de acordo com a lei da época.
Abramovich também tinha o direito de solicitar um passaporte lituano, mas não o fez, disse o Departamento de Migração da Lituânia aos jornalistas do Centro de Investigação de Siena.
Abramovich tem cidadania russa, israelita e portuguesa.
De acordo com o Centro de Siena, o seu filho Arkady recebeu um passaporte em 2013 através de um procedimento pelo qual a cidadania lituana lhe foi restaurada por ordem do então ministro do Interior, Dailis Alfonsas Barakauskas.
Arkady Abramovich recebeu então um novo passaporte lituano em outubro de 2023, 20 meses após a invasão russa da Ucrânia e as subsequentes sanções ocidentais contra o seu pai e outros oligarcas russos.
Roman Abramovich apresentou uma contestação contra a decisão da UE de aplicar sanções contra si num tribunal em Bruxelas, alegando que não tinha influência sobre as decisões do Kremlin e que os seus interesses comerciais não estavam ligados à guerra, mas perdeu o recurso em 20 de dezembro.
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