O secretário de Estado da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, está no centro da mais recente polémica nos Estados Unidos, após ter sido conhecida a sua hospitalização. Mas, afinal, o que aconteceu?
Tudo começou na sexta-feira à noite, 5 de janeiro, quando o Departamento da Defesa tornou pública a hospitalização, a 1 de janeiro, não sendo, contudo, revelados detalhes sobre o problema de saúde que deixou o responsável nos Cuidados Intensivos.
'Mea culpa'
No sábado, em comunicado, o responsável, 70 anos, reconheceu que foi sua a decisão de ocultar a informação de que estava internado e fez 'mea culpa', dizendo que "podia ter feito melhor em garantir que o público fosse informado".
"Poderia ter procedido melhor para garantir que os cidadãos eram devidamente informados. Comprometo-me a fazer melhor", declarou Lloyd Austin. "Assumo toda a responsabilidade pelas minhas decisões", afirmou, acrescentando que estará "em breve de regresso ao Pentágono".
Já no domingo, o gabinete de imprensa do Pentágono adiantou que, apesar de estar hospitalizado há vários dias e a recuperar de um problema de saúde, o secretário de Estado da Defesa iria manter-se em funções.
Casa Branca e Joe Biden também não sabiam
Contudo, veio a perceber-se que esta não era só uma informação desconhecida do grande público, como também do próprio presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que ficou a saber do internamento quatro dias depois por parte do Pentágono.
A hospitalização de Austin, que já tinha sido submetido a um primeiro procedimento médico a 22 de dezembro, foi mantida longe dos 'ouvidos' da Casa Branca, mas também da sua vice-secretária da Defesa dos Estados Unidos, Kathleen Hicks, que assumiu algumas das suas funções a 2 de janeiro, quando estava de férias, mas que só soube dos motivos a 4 de janeiro - no mesmo dia que Biden.
Biden tem "total confiança" em Lloyd
Face à quebra de protocolo, a Casa Branca teve de vir esclarecer, esta segunda-feira, que o presidente dos Estados Unidos não está a considerar demitir o secretário de Estado da Defesa. A porta-voz de Biden garantiu que este tem "total confiança" em Lloyd Austin, apesar do seu atraso em informá-lo da recente hospitalização.
"O que importa é que ele regresse ao Pentágono", declarou a porta-voz presidencial, Karine Jean-Pierre, a bordo do avião que transportava o democrata para a Carolina do Sul.
Já o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, que também viajava com Joe Biden, insistiu: "Não há outro plano a não ser manter o secretário Austin no seu cargo". "Ele já retomou todas as suas responsabilidades", acrescentou.
Kirby indicou, contudo, que o executivo norte-americano vai "debruçar-se sobre os procedimentos" para decidir se "serão necessárias mudanças" em termos de comunicação.
O dirigente do Pentágono, que está internado num hospital militar próximo de Washington, ainda lá se encontrava hoje.
Continua sem ser conhecido o problema de saúde que motivou a hospitalização, sabendo-se apenas que foi "devido a complicações surgidas na sequência de um procedimento médico não-urgente".
Republicanos pedem demissão
Vários opositores republicanos de Biden, a começar pelo seu provável adversário nas eleições presidenciais de novembro próximo, Donald Trump, exigiram a demissão de Lloyd Austin.
Diversos conservadores consideraram também que o caso revela uma falta de autoridade ou de competência da parte do presidente norte-americano.
De notar que as funções de Austin exigem que este esteja disponível a qualquer momento para responder a qualquer crise de segurança nacional.
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