Hospitalizado e sem Biden saber. O que aconteceu ao líder do Pentágono?

Lloyd Austin está hospitalizado desde 1 de janeiro, mas, durante vários dias, ninguém soube de nada... nem o presidente dos Estados Unidos.

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© SAUL LOEB/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
08/01/2024 19:37 ‧ 08/01/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

EUA

O secretário de Estado da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, está no centro da mais recente polémica nos Estados Unidos, após ter sido conhecida a sua hospitalização. Mas, afinal, o que aconteceu? 

Tudo começou na sexta-feira à noite, 5 de janeiro, quando o Departamento da Defesa tornou pública a hospitalização, a 1 de janeiro, não sendo, contudo, revelados detalhes sobre o problema de saúde que deixou o responsável nos Cuidados Intensivos. 

'Mea culpa'

No sábado, em comunicado, o responsável, 70 anos, reconheceu que foi sua a decisão de ocultar a informação de que estava internado e fez 'mea culpa', dizendo que "podia ter feito melhor em garantir que o público fosse informado".

"Poderia ter procedido melhor para garantir que os cidadãos eram devidamente informados. Comprometo-me a fazer melhor", declarou Lloyd Austin. "Assumo toda a responsabilidade pelas minhas decisões", afirmou, acrescentando que estará "em breve de regresso ao Pentágono".

Já no domingo, o gabinete de imprensa do Pentágono adiantou que, apesar de estar hospitalizado há vários dias e a recuperar de um problema de saúde, o secretário de Estado da Defesa iria manter-se em funções.

Casa Branca e Joe Biden também não sabiam

Contudo, veio a perceber-se que esta não era só uma informação desconhecida do grande público, como também do próprio presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que ficou a saber do internamento quatro dias depois por parte do Pentágono.

A hospitalização de Austin, que já tinha sido submetido a um primeiro procedimento médico a 22 de dezembro, foi mantida longe dos 'ouvidos' da Casa Branca, mas também da sua vice-secretária da Defesa dos Estados Unidos, Kathleen Hicks, que assumiu algumas das suas funções a 2 de janeiro, quando estava de férias, mas que só soube dos motivos a 4 de janeiro - no mesmo dia que Biden.

Biden tem "total confiança" em Lloyd

Face à quebra de protocolo, a Casa Branca teve de vir esclarecer, esta segunda-feira, que o presidente dos Estados Unidos não está a considerar demitir o secretário de Estado da Defesa. A porta-voz de Biden garantiu que este tem "total confiança" em Lloyd Austin, apesar do seu atraso em informá-lo da recente hospitalização.

"O que importa é que ele regresse ao Pentágono", declarou a porta-voz presidencial, Karine Jean-Pierre, a bordo do avião que transportava o democrata para a Carolina do Sul.

Já o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, que também viajava com Joe Biden, insistiu: "Não há outro plano a não ser manter o secretário Austin no seu cargo". "Ele já retomou todas as suas responsabilidades", acrescentou.

Kirby indicou, contudo, que o executivo norte-americano vai "debruçar-se sobre os procedimentos" para decidir se "serão necessárias mudanças" em termos de comunicação.

O dirigente do Pentágono, que está internado num hospital militar próximo de Washington, ainda lá se encontrava hoje.

Continua sem ser conhecido o problema de saúde que motivou a hospitalização, sabendo-se apenas que foi "devido a complicações surgidas na sequência de um procedimento médico não-urgente".

Republicanos pedem demissão

Vários opositores republicanos de Biden, a começar pelo seu provável adversário nas eleições presidenciais de novembro próximo, Donald Trump, exigiram a demissão de Lloyd Austin.

Diversos conservadores consideraram também que o caso revela uma falta de autoridade ou de competência da parte do presidente norte-americano.

De notar que as funções de Austin exigem que este esteja disponível a qualquer momento para responder a qualquer crise de segurança nacional. 

Leia Também: Biden tem "total confiança" no seu secretário da Defesa

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