Este é um argumento muito semelhante ao utilizado pela defesa do magnata republicano no processo criminal em Washington, sobre o qual será realizada esta terça-feira uma audiência perante um tribunal federal de recurso, que estuda se deve ou não admitir essa alegação.
Os dois processos judiciais estão relacionados com os alegados esforços de Trump para interferir no resultado das eleições para a Casa Branca de 2020, que perdeu para o agora presidente, o democrata Joe Biden.
"A acusação neste caso acusa o Presidente Trump de atos que estão no centro das suas responsabilidades oficiais como presidente. A acusação entra em conflito com a sua imunidade presidencial e deve ser rejeitada", frisaram os advogados, no pedido apresentado no tribunal estadual da Geórgia.
A estratégia de defesa é a mesma em que os advogados têm insistido desde o início, que as ações de Trump se enquadram nas suas obrigações como presidente.
Na Geórgia, Trump é acusado juntamente com 18 cúmplices de formar uma associação criminosa com o objetivo de anular o resultado das eleições presidenciais de 2020 naquele Estado.
A surpreendente acusação de associação criminosa é a mesma que foi utilizada no passado para desmantelar organizações mafiosas.
Os procuradores querem colocar Trump no banco dos réus em agosto de 2024, apenas três meses antes das novas eleições presidenciais, onde Trump e Biden são recandidatos.
No centro deste caso está o pedido que Trump fez à mais alta autoridade eleitoral da Geórgia, Brad Raffensperger, dias depois das eleições presidenciais de 2020, pedindo-lhe que "encontrasse 11.780 votos" com os quais teria tirado esse Estado a Biden.
Essa conversa telefónica foi gravada e mais tarde divulgada.
Além da pressão sobre Raffensperger, os procuradores acusam Trump e os seus cúmplices de tentarem persuadir os legisladores da Geórgia a ignorar a vontade popular expressa nas urnas e de assediar um funcionário eleitoral.
O ex-presidente poderá ser condenado a um máximo de 76 anos e meio de prisão.
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