Continuam a surgir relatos após a queda de uma porta de um Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines, em Portland, nos Estados Unidos, na última sexta-feira, a cinco mil metros de altura. O mais recente envolve um estudante norte-americano, de 15 anos, que ficou sem a camisola na sequência do incidente. 

Jack, como foi identificado, ficou com arranhões na barriga e num braço. Os detalhes sofram partilhados pela designer Kelly Bartlett, que acabou por ficar sentada ao seu lado.

"Foi o cinto de segurança que o manteve no assento e lhe salvou a vida", disse a mulher à Associated Press.

Kelly encontrava-se na fila 23, três filas à frente da porta que caiu. A designer tirou fotografias com o jovem após o incidente, que partilhou nas redes sociais.

"Nós ouvimos um estrondo muito alto, que foi muito assustador. E o avião encheu-se de vento e de ar", disse, lembrando que a máscara de oxigénio caiu.

Já no Instagram, a mulher contou que "houve um caos durante alguns minutos, enquanto toda a gente agarrava nas suas máscaras e as pessoas da fila da parede que faltava encontravam novos lugares no outro lado do avião".

"Havia um lugar vago ao meu lado, e um miúdo de 15 anos saltou por cima de mim, sentou-se e agarrou na máscara. Ele estava sem camisola porque tinha sido sugada", relatou.

"Estava muito barulho no avião para falar ou ouvir alguma coisa, por isso usei a aplicação de notas do meu telemóvel para ver se ele estava bem. Entre isso e os gestos com as mãos, disse-me que estava bem (...) Consegui ver vermelhidão na pele, que imaginei ser uma queimadura de vento", escreveu, lembrando que, "após os primeiro minutos de caos", os passageiros perceberam que "o avião estava sob controlo" e que ia voltar ao Aeroporto Internacional de Portland.

Jack reencontrou-se com a mãe, que estava no mesmo voo, após a aterragem e todos deixaram o avião, mas não sem antes querer tirar uma selfie "'para comemorar a experiência'!". 

No domingo, a presidente do National Transportation Safety Board, Jennifer Homendy, anunciou que a peça que faltava do avião tinha sido encontrada no quintal de uma casa na área de Portland.

Recorde-se que um avião da Alaska Airlines fez uma aterragem de emergência, depois de uma janela e de um pedaço da fuselagem terem caído. A companhia aérea informou que o avião aterrou em segurança com 174 passageiros e seis tripulantes. Note-se que a parte do avião da Alaska Airlines que caiu durante um voo foi encontrada, no domingo, no quintal de um professor. 

Após o incidente ocorrido na sexta-feira, a Administração Federal da Aviação emitiu uma diretiva a ordenar que 171 aviões 737 Max 9 fossem submetidos a uma "inspeção imediata" pelas companhias aéreas que os utilizam "antes de realizarem um novo voo", estimando-se que a operação demorasse entre quatro a oito horas por aeronave. Uma inspeção da United Airlines encontrou parafusos soltos em aviões Boeing 737 Max 9.

Leia Também: Após incidente da Alaska, United deteta parafusos soltos em aviões