À Associação de Imprensa Estrangeira (AIE), que representa os jornalistas que trabalham para meios estrangeiros que cobrem Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza, a justiça israelita apontou o risco que um tal acesso "pode representar para as forças em ação no terreno e a segurança dos soldados", ao revelar, por exemplo, a sua localização.
Apesar de reconhecer que esta decisão "não permite o exercício total (...) da liberdade de imprensa", o Supremo Tribunal contrapõe que "é equilibrada e razoável", considerando "a situação extrema de segurança atual" na Faixa de Gaza e "os riscos reais" que tais autorizações representariam.
O Supremo realçou ainda que os jornalistas podem entrar na Faixa de Gaza, durante períodos limitados e na condição de estarem acompanhados por militares israelitas. Mas, segundo a AIE, este acesso "foram limitados a meios estrangeiros selecionados" e estão "estritamente controlados".
Apenas os jornalistas da Faixa de Gaza, que estavam no território no início do confronto, estão a informar sobre o conflito.
Bloqueados no território e partilhando as condições da população palestiniana, estão a pagar um pesado tributo à guerra. Pelo menos 79 jornalistas e profissionais dos meios, em grande maioria palestinianos, foram mortos desde o início da guerra, segundo o Comité para a Proteção dos Jornalistas.
O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), sedeado em Haia, declarou hoje que os crimes contra os jornalistas estavam incluídos no seu inquérito sobre os crimes de guerra suscetíveis de terem sido cometidos na Faixa de Gaza.
"Os jornalistas estão protegidos pelo direito internacional humanitário e pelo Estatuto de Roma [texto fundador do TPI] e em caso algum devem ser considerados alvos no exercício da sua importante missão", destacou o gabinete do procurador do TPI.
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