"O que vamos legislar é a igualdade no casamento, ou seja, a eliminação de toda a discriminação baseada na orientação sexual no que diz respeito à celebração do casamento", afirmou o chefe do governo conservador em entrevista ao canal público de televisão ERT.
"O que é realmente o casamento? Eu diria que é o culminar do amor entre duas pessoas, mas é também um contrato legal com direitos e obrigações", sublinhou.
Kyriakos Mitsotakis não esclareceu quando a proposta de lei será apresentada aos deputados, mas a comunicação social grega antecipa que possa acontecer antes das eleições europeias em junho.
Desde 2015 que a Grécia permite a união de facto entre pessoas do mesmo sexo, mas no caso de casais homossexuais com filhos, apenas os pais biológicos têm direitos sobre as crianças. Assim, em caso de morte do progenitor biológico, por exemplo, a criança é retirada.
"Os casais do mesmo sexo têm filhos, e essas crianças não deixarão de existir, não desaparecerão. Mas estas crianças não têm os mesmos direitos", lamentou o primeiro-ministro, defendendo a proposta do governo.
Pouco depois da sua reeleição em junho, o líder da Nova Democracia (ND) anunciou a intenção de legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, garantindo que a sociedade grega estava agora "muito mais preparada e madura".
O governo corre, no entanto, o risco de encontrar oposição na ala mais conservadora do partido, mas também em parte da sociedade, incluindo da Igreja Ortodoxa, com forte influência no país.
"Quero que esta questão não divida a sociedade grega, mas que nos permita encontrar um terreno comum", sublinhou Kyriakos Mitsotakis, acrescentando que o governo vai ouvir as opiniões da igreja, mas que "o Estado legisla, não co-legisla com a Igreja".
Entre os 27 países da União Europeia, quinze legalizaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo e dezasseis a adoção por casais do mesmo sexo.
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