Esta informação foi adiantada por fonte dos rebeldes hutis à agência de notícias espanhola Efe.
"O nosso país tem sido alvo de agressões massivas por parte de navios, submarinos e aviões de guerra norte-americanos e britânicos, e não há dúvida de que os Estados Unidos e o Reino unido terão que estar preparados para pagar um preço alto", realçou, por sua vez, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiro houthi, Hussein al Ezzi, na rede social X.
Hussein al Ezzi também realçou que quer Washington, quer Londres, irão "suportar as terríveis consequências desta agressão flagrante".
Segundo testemunhas consultadas pela Efe, dois dos atentados em Sanaa tiveram como alvo a base aérea de Al Dailami, localizada no aeroporto da capital, enquanto outros dois ataques aéreos em Taiz atingiram posições militares e também o seu campo de aviação.
Na cidade portuária de Al Hodeida, de onde os hutis lançaram muitos dos ataques contra navios mercantes, os bombardeamentos atingiram diferentes posições perto do seu aeroporto, enquanto alguns quartéis militares na cidade de Saada também sofreram o impacto dos ataques.
O membro do gabinete político houthi, Ali al Quhom, referiu no X que quer Sanaa, quer outras províncias iemenitas "estão a ser bombardeadas por aviões americanos e britânicos" e descreveu estes ataques como "guerra aberta".
"A batalha será maior e vai além da imaginação e das expectativas dos americanos e dos britânicos. É uma guerra aberta", frisou o líder insurgente, que garantiu que os EUA e o Reino Unido "irão arrepender-se do seu ataque".
Al Quhom confirmou que os hutis "estão agora a responder com força aos navios de guerra americanos e britânicos no mar Vermelho", onde garantiu que "uma guerra furiosa" está em curso.
"Locais e bases militares americanas e britânicas serão atacadas, e o próximo [passo] será maior", acrescentou.
Os ataques aéreos dos EUA e Reino Unido atingiram a capital do Iémen e outras cidades controladas pelos rebeldes, apoiados pelo Irão, de acordo com o canal de televisão houthi.
A "agressão norte-americana, com participação britânica" atingiu Sanaa, Hodeida e Saada, disse Al-Massirah, referiu.
As forças norte-americanas e britânicas bombardearam vários locais utilizados pelos rebeldes hutis do Iémen, num ataque de retaliação às ofensivas dos insurgentes contra a navegação no mar Vermelho.
A ofensiva foi executada com recurso a mísseis Tomahawk e caças lançados por navios de guerra e tiveram como alvo centros logísticos, sistemas de defesa aérea e locais de armazenamento de armas, de acordo com as mesmas fontes dos EUA.
Em comunicado, o Presidente norte-americano Joe Biden explicou que autorizou o ataque conjunto com o Reino Unido, que contou com o apoio da Austrália, Bahrein, Canadá e Países Baixos.
Este ataque militar coordenado ocorreu apenas uma semana depois de a Casa Branca e uma série de nações parceiras terem emitido um aviso final aos hutis para cessarem os ataques, sob pena de enfrentarem uma potencial ação militar.
Desde o início da guerra, em 07 de outubro, entre Israel e o grupo islamita do Hamas, os hutis, que controlam grande parte do Iémen, intensificaram os ataques no Mar Vermelho, com o objetivo de abrandar o tráfego marítimo internacional, alegando agir em solidariedade com os palestinianos de Gaza.
Os Estados Unidos, um dos maiores aliados de Israel, criaram, em dezembro, uma coligação internacional para proteger o tráfego marítimo dos ataques Houthi naquela zona estratégica por onde passa 12% do comércio mundial.
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