Quem são os Hutis e por que razão atacam os navios no Mar Vermelho?

Grupo diz fazer parte do eixo da resistência contra Israel, EUA e o Ocidente. 

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© Getty Images/MOHAMMED HUWAIS

Notícias ao Minuto
12/01/2024 08:24 ‧ 12/01/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

Conflito

Desde 19 de novembro, os Hutis lançaram 27 ataques com 'drones' e mísseis contra navios comerciais, em retaliação pela guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e tendo como alvo navios com ligação a Israel.

Os ataques no Mar Vermelho começaram após o início do conflito entre Israel e o Hamas, a 7 de outubro.

Em novembro, os Hutis atacaram um navio de carga israelita. E desde então protagonizaram vários navios comerciais com drone e misseis balísticos.

Os ataques aumentaram em 500% entre novembro e dezembro e as ameaças têm sido de tal forma que muitas companhias de navegação decidirem deixar de navegar na região.

Quem são o Hutis e porque atacam os navios do Mar Vermelho?

Os Hutis são um grupo armado iemenita da minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas. Foi formado nos anos 90, para combater a corrupção do então presidente do Iémen, Ali Abdullah Saleh (1942-2017), sendo que o nome do movimento vem do seu fundador, Houssein al Houthi. O grupo autodenomina-se também de Ansar Allah (Partidários de Deus).

O presidente Saleh apoiado pelo exército da Arábia Saudita tentou eliminar o grupo rebelde em 2003, mas os Hutis conseguiram fazer frente a essa tentativa.

Após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003, os Hutis adotaram o slogan 'Deus é grande. Morte aos Estados Unidos. Morte a Israel. Maldição aos judeus e vitória para o Islã', o qual explica a sua posição atual contra o país liderado por Benjamin Netanyahu.

O grupo diz fazer parte do eixo da resistência, que é liderado pelo Irão, e conta com o Hamas e o Hezbollah,  contra Israel, EUA e o Ocidente. Isso explica o porquê de atacarem os navios que se dirigem a Israel no Golfo Pérsico, refere Hisham Al-Omeisy, especialista em Iémen da organização Instituto Europeu da Paz, à BBC.

Leia Também: Ataques contra Hutis podem agravar "instabilidade no Médio Oriente"

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