Ataques no Iémen distorcem resolução do Conselho de Segurança, diz Rússia
A Rússia disse hoje que os ataques dos Estados Unidos e Reino Unido contra os rebeldes Huthis no Iémen, em retaliação pelas ofensivas contra navios no mar Vermelho, distorcem as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
© Maksim Konstantinov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Mundo Iémen
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo salientou que os bombardeamentos "são um novo exemplo da distorção das resoluções do Conselho de Segurança da ONU por parte dos anglo-saxões e do seu total desrespeito pelo Direito Internacional".
Numa mensagem publicada na plataforma Telegram, Maria Zajarova acusou Washington e Londres de realizar ataques "em nome de uma escalada na região para alcançar os seus objetivos destrutivos".
A diplomata anunciou que Moscovo irá "apresentar detalhadamente" a sua posição numa conferência de imprensa que se realizará nas próximas horas.
A Missão Permanente da Rússia junto das Nações Unidas convocou para hoje uma reunião urgente do Conselho de Segurança, que na quarta-feira aprovou uma resolução que exigia que os Huthis cessassem imediatamente os ataques.
A resolução, apresentada pelos EUA e Japão, foi aprovada por 11 votos a favor, sem qualquer voto contra, e com quatro abstenções, da Rússia, China, Argélia e Moçambique.
Imediatamente antes da votação, o Conselho rejeitou por esmagadora maioria três propostas de alterações russas, uma das quais teria acrescentado linguagem para sublinhar que "a escalada em Gaza é a principal causa da atual situação no Mar Vermelho".
O embaixador russo junto da ONU, Vassily Nebenzia, disse acreditar que o verdadeiro objetivo da resolução era obter luz verde do Conselho de Segurança para legitimar as ações futuras da coligação criada pelos EUA e aliados.
Os militares dos EUA e do Reino Unido bombardearam na quinta-feira mais de uma dúzia de locais usados pelos Huthis no Iémen, usando mísseis Tomahawk e jatos de combate lançados por navios de guerra e submarinos.
O comando da Força Aérea dos EUA no Médio Oriente disse ter atingido mais de 60 alvos em 16 locais no Iémen, incluindo "bases de comando e controlo, depósitos de munições, sistemas de lançamento, instalações de produção e sistemas de radar de defesa aérea".
Os ataques aéreos atingiram a capital do Iémen, Sanaa, e outras cidades controladas pelos rebeldes apoiados pelo Irão, como Hodeida e Saada, disse hoje o canal de televisão Houthi Al-Massirah.
Em resposta, os Huthis lançaram hoje mísseis de cruzeiro e balísticos contra navios de guerra dos Estados Unidos e do Reino Unido no mar Vermelho, disse uma fonte dos rebeldes à agência de notícias espanhola Efe.
Desde 19 de novembro, os Huthis lançaram 27 ataques com 'drones' e mísseis contra navios comerciais, em retaliação pela guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e tendo como alvo navios com ligação a Israel.
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