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Ataques no Iémen distorcem resolução do Conselho de Segurança, diz Rússia

A Rússia disse hoje que os ataques dos Estados Unidos e Reino Unido contra os rebeldes Huthis no Iémen, em retaliação pelas ofensivas contra navios no mar Vermelho, distorcem as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Ataques no Iémen distorcem resolução do Conselho de Segurança, diz Rússia
Notícias ao Minuto

08:21 - 12/01/24 por Lusa

Mundo Iémen

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo salientou que os bombardeamentos "são um novo exemplo da distorção das resoluções do Conselho de Segurança da ONU por parte dos anglo-saxões e do seu total desrespeito pelo Direito Internacional".

Numa mensagem publicada na plataforma Telegram, Maria Zajarova acusou Washington e Londres de realizar ataques "em nome de uma escalada na região para alcançar os seus objetivos destrutivos".

A diplomata anunciou que Moscovo irá "apresentar detalhadamente" a sua posição numa conferência de imprensa que se realizará nas próximas horas.

A Missão Permanente da Rússia junto das Nações Unidas convocou para hoje uma reunião urgente do Conselho de Segurança, que na quarta-feira aprovou uma resolução que exigia que os Huthis cessassem imediatamente os ataques.

A resolução, apresentada pelos EUA e Japão, foi aprovada por 11 votos a favor, sem qualquer voto contra, e com quatro abstenções, da Rússia, China, Argélia e Moçambique.

Imediatamente antes da votação, o Conselho rejeitou por esmagadora maioria três propostas de alterações russas, uma das quais teria acrescentado linguagem para sublinhar que "a escalada em Gaza é a principal causa da atual situação no Mar Vermelho".

O embaixador russo junto da ONU, Vassily Nebenzia, disse acreditar que o verdadeiro objetivo da resolução era obter luz verde do Conselho de Segurança para legitimar as ações futuras da coligação criada pelos EUA e aliados.

Os militares dos EUA e do Reino Unido bombardearam na quinta-feira mais de uma dúzia de locais usados pelos Huthis no Iémen, usando mísseis Tomahawk e jatos de combate lançados por navios de guerra e submarinos.

O comando da Força Aérea dos EUA no Médio Oriente disse ter atingido mais de 60 alvos em 16 locais no Iémen, incluindo "bases de comando e controlo, depósitos de munições, sistemas de lançamento, instalações de produção e sistemas de radar de defesa aérea".

Os ataques aéreos atingiram a capital do Iémen, Sanaa, e outras cidades controladas pelos rebeldes apoiados pelo Irão, como Hodeida e Saada, disse hoje o canal de televisão Houthi Al-Massirah.

Em resposta, os Huthis lançaram hoje mísseis de cruzeiro e balísticos contra navios de guerra dos Estados Unidos e do Reino Unido no mar Vermelho, disse uma fonte dos rebeldes à agência de notícias espanhola Efe.

Desde 19 de novembro, os Huthis lançaram 27 ataques com 'drones' e mísseis contra navios comerciais, em retaliação pela guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e tendo como alvo navios com ligação a Israel.

Leia Também: Rússia pede reunião do Conselho de Segurança após ataques contra Houthis

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